Na Assembleia Geral da ONU, os Estados Unidos rejeitaram propostas de supervisão internacional sobre inteligência artificial, destacando a importância da soberania nacional. Enquanto líderes globais clamavam por colaboração, a delegação americana, representada por Michael Kratsios, criticou a ideia de um governo centralizado, argumentando que o futuro da IA deve ser guiado pela independência das nações. Em contraste, a ONU lançou o Diálogo Global sobre Governança da IA, uma iniciativa que busca promover a cooperação internacional. O debate destaca a crescente tensão entre a necessidade de regulamentação e a defesa da autonomia nacional.
Os EUA rejeitaram as propostas de supervisão global sobre inteligência artificial na Assembleia Geral da ONU, defendendo a soberania nacional.
Na Assembleia Geral da ONU, realizada em Nova York nesta semana, os Estados Unidos se opuseram a chamadas por supervisão global da inteligência artificial (IA), enquanto muitos líderes mundiais defendiam novos quadros colaborativos. A delegação americana, liderada por Michael Kratsios, diretor do Escritório de Política de Ciência e Tecnologia, criticou o papel da ONU, afirmando que a independência das nações deve prevalecer sobre a gestão burocrática.
A posição dos EUA
Durante a reunião do Conselho de Segurança na quarta-feira, Kratsios declarou: “Rejeitamos totalmente todos os esforços dos corpos internacionais para afirmar controle centralizado e governança global da IA.” Em contraste, o presidente Donald Trump, em seu discurso na Assembleia, anunciou que a Casa Branca desenvolverá um sistema de verificação de IA que todos possam confiar, enfatizando que a IA pode trazer benefícios significativos, mas também apresenta riscos.
Reações internacionais
Enquanto isso, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, lançou o Diálogo Global sobre Governança da IA, destacando que a iniciativa visa criar um ecossistema global que acompanhe a rápida evolução da tecnologia. O enviado da ONU para tecnologias digitais, Amandeep Singh Gill, respondeu às críticas dos EUA, afirmando que a percepção de que a ONU busca regular a IA é uma má interpretação.
Debate sobre a governança da IA
A resposta dos EUA contrasta com a posição de líderes como o Primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez, que defendeu a necessidade de uma visão compartilhada sobre a IA em nível global, com a ONU atuando como fórum legítimo para construir consensos. A discussão sobre a regulamentação da IA está se intensificando, com especialistas alertando que os desafios relacionados à IA se tornarão mais transnacionais à medida que a tecnologia avança.
Próximos passos
O Diálogo Global sobre Governança da IA terá sua primeira reunião completa em Genebra no verão de 2026, em paralelo com a cúpula anual da UIT sobre IA para o Bem. As funções e ações iniciais desse diálogo estão sendo definidas nos próximos meses.