Como a Europa pode desestabilizar o governo Trump com a AI

Bart van Overbeeke Fotografie/AS/Reuters

A estratégia europeia para enfrentar a dependência americana da inteligência artificial.

A dependência dos EUA da inteligência artificial torna a economia vulnerável.

O cenário atual entre Europa e Estados Unidos é marcado por uma crescente tensão, especialmente à medida que a administração Trump se torna cada vez mais dependente da inteligência artificial (AI) para sustentar sua economia e, por consequência, sua sobrevivência política. Essa situação apresenta uma oportunidade única para a Europa, que possui cartas na manga que podem desestabilizar o governo Trump, potencialmente mudando o equilíbrio de poder no cenário internacional.

O cenário da dependência americana da inteligência artificial

O investimento dos EUA em AI é monumental, com a tecnologia representando a maior parte do crescimento do PIB americano. Nos primeiros meses de 2025, a AI foi responsável por 92% do crescimento econômico, enquanto sem ela o crescimento foi apenas de 0,1%. Essa situação torna-se um ponto frágil para Trump, cuja coalizão política também se mostra instável diante das preocupações dos eleitores sobre as implicações da AI no mercado de trabalho.

As cartas da Europa: uma oportunidade para Ursula von der Leyen

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, tem dois trunfos que podem ser utilizados para pressionar o governo americano. O primeiro é o controle europeu sobre a indústria de microchips, especialmente através da ASML, uma empresa holandesa que detém um monopólio global em máquinas de litografia essenciais para a produção de chips de AI. Se a Europa decidir restringir a exportação dessas máquinas para os EUA, o impacto na economia americana pode ser devastador.

O segundo trunfo é a aplicação rigorosa das regras de proteção de dados da UE contra grandes empresas de tecnologia dos EUA. A violação dessas regras tem sido uma preocupação crescente, e a falta de conformidade poderia levar a sanções severas que forçariam essas empresas a reestruturar seus modelos de negócios. Isso não só afetaria a operação das empresas, mas também sua capacidade de acessar o lucrativo mercado europeu.

O que está em jogo: uma luta pela liberdade e democracia

Os eleitores americanos não votaram para abrirem mão de suas liberdades e direitos constitucionais. A crescente aproximação de Trump com a indústria tecnológica, que é amplamente vista com desconfiança por muitos, pode torná-lo impopular nas eleições de meio de mandato de 2026. A Europa, ao adotar uma postura firme, pode não apenas proteger sua própria democracia, mas também influenciar decisivamente o futuro político dos Estados Unidos.

A resposta europeia até agora tem sido cautelosa, mas a urgência de agir se torna cada vez mais clara. A recente multa imposta ao Twitter pela Comissão Europeia demonstra que a falta de ação não é uma opção. A falta de firmeza pode ser vista como fraqueza, algo que Trump já insinuou em suas declarações.

O potencial de uma coalizão global

Com a democracia europeia em risco, é crucial que a Europa se una a outras nações, como Brasil e Índia, que também estão dispostas a se opor a Trump. O exemplo de Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, que demonstrou dignidade e resolutividade ao enfrentar a pressão americana, é um modelo a ser seguido. Sua postura firme e ações diretas para proteger a soberania e a democracia do Brasil são um claro indicativo de como a resistência pode ser eficaz.

Se von der Leyen conseguir utilizar esses trunfos de forma decisiva, a Europa não apenas se afirmará como uma potência global, mas também poderá desmantelar a bolha econômica que sustenta o governo Trump, mudando assim o rumo da política internacional.

Fonte: www.theguardian.com

Fonte: Bart van Overbeeke Fotografie/AS/Reuters

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