Ex-bailarina do Faustão revela condições desumanas em presídio feminino

Sérgio Malheiros

Natacha Horana compartilha experiências traumáticas durante sua prisão e as realidades da superlotação

Natacha Horana, ex-bailarina do Faustão, revela as condições precárias que enfrentou em um presídio feminino.

Natacha Horana e as realidades do presídio feminino

Natacha Horana, ex-bailarina do Faustão, revelou em uma entrevista as condições extremas que enfrentou durante os quatro meses em que esteve presa, sob a acusação de lavagem de dinheiro. A modelo, que se tornou conhecida na série “Tremembé”, que retrata o cotidiano em uma penitenciária feminina, expôs o que realmente ocorre por trás das grades, incluindo a alimentação de qualidade precária e a superlotação nas celas.

Alimentação e condições de vida na prisão

Em sua declaração, Natacha lamentou a péssima qualidade da comida servida na prisão. “Comida estragada, fruta podre. É péssima a comida. Eles até têm cuidado para fazer, mas até a comida chegar, às vezes, tem trânsito. Chegava muita comida estragada. Às vezes, tem calor também. Passar Natal comendo ovo podre”, relatou, destacando a realidade difícil que muitas mulheres enfrentam ao serem encarceradas.

A ex-bailarina também falou sobre a superlotação da cela, onde dividiu espaço com 16 mulheres, mesmo quando só havia lugar para oito. “Medo, pânico. Pensei: eu posso morrer aqui. Chegando lá, você não dorme, não come, só chora, não pensa. Dividi a cela com 16 mulheres e só tinha lugar para oito. Colchão tinha uns quatro. Vai se virando, uma dorme, a outra fica acordada e vai revezando”, recordou.

Circunstâncias da prisão e acusações

Natacha foi presa em novembro do ano anterior, sem explicações detalhadas, e imediatamente se viu envolvida em um caso de lavagem de dinheiro e associação criminosa. “Chegaram na minha casa e me prenderam. Falaram o porquê: lavagem de dinheiro e associação criminosa. Ai eu perguntei por quê? Eles disseram: ‘pergunta para o seu advogado’. É tão rápido as coisas. Eu falei: ‘Deus do céu, o que está acontecendo? A juíza tem que ver que está acontecendo alguma coisa de errado’. Eles não dizem nada e eu fiquei sem entender. Fui algemada igual bandida”, descreveu Natacha, refletindo sobre a rapidez e a brutalidade da ação policial.

Envolvimento com o tráfico e defesa legal

As acusações contra Natacha surgiram a partir de uma investigação do Ministério Público do Rio Grande do Norte, que alegou que ela era parte de um grupo criminoso que movimentava valores substanciais, incluindo R$ 15 milhões em um curto período. Apesar de ter se relacionado com um membro da cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC), a ex-bailarina defende sua inocência, afirmando que nunca se envolveu em atividades ilícitas.

A Justiça determinou o bloqueio de R$ 2,2 bilhões em bens dos acusados e apreendeu diversos objetos, incluindo eletrônicos e dinheiro. Em março, Natacha conseguiu um habeas corpus e agora responde ao processo em liberdade, com sua defesa afirmando que não existem provas suficientes para mantê-la presa.

Expectativas futuras

Natacha e sua equipe jurídica manifestaram confiança na inocência dela, afirmando que ao final do processo, ela será absolvida das acusações. “O processo seguirá seu curso e a defesa tem plena convicção que, ao final, ela será inocentada das imputações que lhe recaem”, afirmaram os advogados em nota. A experiência de Natacha não apenas destaca as condições desumanas enfrentadas por muitas mulheres no sistema prisional, mas também levanta questões sobre a eficácia da justiça e a forma como as autoridades lidam com os acusados.

Fonte: www.purepeople.com.br

Fonte: Sérgio Malheiros

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