Ex-Delegado Geral de SP, Ruy Ferraz Fontes, é Executado em Emboscada Após Ameaças do PCC

Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado geral da Polícia Civil de São Paulo e figura notória no combate ao Primeiro Comando da Capital (PCC), foi assassinado a tiros na noite desta segunda-feira, em Praia Grande (SP). A execução, com claros indícios de emboscada, levanta questionamentos sobre a segurança do ex-delegado, que circulava sem escolta apesar das ameaças.

Duas semanas antes de sua morte, Fontes havia revelado em entrevista à CBN e ao jornal O Globo sua vulnerabilidade. “Desde 2002 fui encarregado de fazer investigações relacionadas especificamente com o PCC (…) eu tenho proteção de quê? Eu moro sozinho na Praia Grande, que é o meio deles. Eu não tenho estrutura nenhuma.”, declarou ele, expondo a falta de proteção oficial.

Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que o carro de Fontes colidiu com dois ônibus antes de tombar. Em seguida, três homens armados com fuzis surgiram em outro veículo, cercaram o automóvel e efetuaram múltiplos disparos contra o ex-delegado, confirmando a tese de uma ação premeditada e executada com precisão.

A trajetória de Ruy Ferraz Fontes foi marcada pela atuação em unidades estratégicas da Polícia Civil, como o Deic, Denarc e DHPP. Durante a gestão de João Doria, ele ocupou o cargo de delegado geral, intensificando o combate ao crime organizado. Desde 2023, Fontes exercia a função de secretário de Administração de Praia Grande.

Anos atrás, a periculosidade de Fontes para o PCC já havia sido reconhecida internamente pela facção. Documentos obtidos pelo Ministério Público revelaram que Marcola, mesmo preso, ordenou a morte de Fontes como retaliação pela sua transferência de presídio. As autoridades agora investigam a conexão entre essa ordem antiga e a emboscada fatal.

Diante da gravidade do caso, o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, anunciou a criação de uma força-tarefa especial para identificar e prender os responsáveis pelo crime. O GAECO (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) também se juntou às investigações, buscando elucidar todos os detalhes da execução.

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