Ex-diretor do INSS confirma recebimento de R$ 2 milhões de empresas ligadas ao Careca do INSS

Câmara dos Deputados

Alexandre Guimarães nega envolvimento em desvios e presta esclarecimentos à CPMI

Alexandre Guimarães admitiu ter recebido R$ 2 milhões de empresas ligadas ao Careca do INSS, mas negou envolvimento em desvios.

No dia 27 de outubro de 2025, Alexandre Guimarães, ex-diretor do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), admitiu durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que recebeu mais de R$ 2 milhões de empresas ligadas a Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o Careca do INSS. Apesar dessa admissão, Guimarães negou envolvimento em esquemas de desvios ilegais relacionados a aposentadorias e pensões.

Detalhes do depoimento

O economista, que se comprometeu a falar a verdade, relatou ter sido sócio proprietário da Vênus Consultoria Assessoria Empresarial S/A, criada em 2022 para prestar serviços de educação financeira à Brasília Consultoria, uma das empresas de Antunes. Guimarães esclareceu que os valores recebidos eram referentes aos serviços prestados e não a vantagens indevidas. O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), questionou se os valores recebidos estavam relacionados a práticas ilícitas, ao que Guimarães respondeu negativamente.

Relação com Antunes

Guimarães detalhou que seu primeiro contato com Antunes ocorreu em 2022, por meio de amigos em comum, e que discutiram um projeto informal de exportação de frutas para a China. O ex-diretor foi convocado para prestar esclarecimentos após requerimentos de diversos parlamentares, incluindo o senador Izalci Lucas (PL-DF).

Aumento de denúncias no INSS

Durante sua gestão, Guimarães observou um aumento significativo nas denúncias de descontos indevidos em aposentadorias e pensões, que quase dobraram entre 2022 e 2024. Ele atribuiu esse aumento à transferência da ouvidoria para o próprio INSS, o que facilitou o recebimento de reclamações. Contudo, enfatizou que sua diretoria não tinha a função de resolver os problemas, apenas de encaminhar as demandas.

Guimarães mencionou que sua primeira passagem pelo INSS foi em 2017 e que retornou ao cargo em 2021, indicado por outro deputado. Durante sua gestão, o foco foi em governança e planejamento, enquanto as investigações sobre desvios de recursos se intensificavam.

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