Ex-diretor do INSS revela na CPMI empresa criada para atender Careca

m colorida mostra ex-diretor do INSS Alexandre Guimarães na CPMI

Alexandre Guimarães, ex-diretor do INSS, fala sobre sua relação com o lobista durante depoimento

Durante depoimento, ex-diretor do INSS, Alexandre Guimarães, fala sobre sua empresa para atender o lobista Careca.

Na segunda-feira (27/10), durante depoimento na CPMI, Alexandre Guimarães, ex-diretor de Governança do INSS, afirmou que criou uma empresa para atender o lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS. A declaração surgiu em um contexto de investigações sobre fraudes na autarquia, onde ele também tem sido investigado por ter recebido montantes significativos de Antunes.

Relação com Careca e a empresa Vênus Consultoria

Guimarães revelou que a empresa, Vênus Consultoria, foi aberta como resposta a uma demanda da Brasília Consultoria, ligada a Careca. Ele mencionou que, após a Operação Sem Desconto, decidiu encerrar a empresa devido à imagem negativa associada ao caso. Durante o depoimento, também ficou claro que Guimarães e Antunes tinham uma relação próxima, incluindo encontros sociais. Entre março e maio de 2023, ele teria recebido R$ 313,2 mil do lobista, o que levantou suspeitas sobre a natureza de sua atuação como diretor do INSS.

O escândalo do INSS

O escândalo do INSS, que começou a ser revelado em dezembro de 2023, resultou em uma série de reportagens que mostraram um aumento na arrecadação de entidades, atingindo R$ 2 bilhões em apenas um ano. As investigações da Polícia Federal, que se intensificaram a partir das reportagens, levaram à deflagração da Operação Sem Desconto, resultando em demissões no alto escalão do INSS. Guimarães ocupou a direção do INSS entre 2021 e 2023 e é um dos principais alvos das investigações em curso.

Implicações e próximos passos

As declarações de Guimarães na CPMI são um passo significativo nas investigações sobre fraudes na previdência. Com sua relação direta com Careca e os montantes recebidos, as apurações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União seguem em andamento. O resultado das investigações pode impactar ainda mais a administração do INSS e a confiança pública na autarquia.

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