Ex-procurador do INSS nega envolvimento em fraudes

Virgílio Filho prestou depoimento à CPMI e optou por silêncio em diversas perguntas

Virgílio Filho, ex-procurador do INSS, nega envolvimento em fraudes durante depoimento à CPMI.

O ex-procurador-geral do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, negou envolvimento em irregularidades nos descontos em aposentadorias e pensões durante seu depoimento à CPMI do INSS, realizado em 23 de outubro de 2025. Amparado por habeas corpus, ele optou por permanecer em silêncio em perguntas com potencial incriminatório.

O depoimento e as respostas de Virgílio Filho

Virgílio respondeu a algumas perguntas do relator da comissão, deputado Alberto Gaspar (União-AL), mas permaneceu em silêncio diante de outras. Ele foi afastado do cargo em abril, após uma operação da Polícia Federal relacionada a fraudes no INSS. O ex-procurador afirmou que não é indiciado, réu ou condenado, e negou conhecer Maurício Camisotti, empresário investigado.

Questões sobre patrimônio e contatos

Durante o depoimento, Virgílio admitiu que tentou comprar um automóvel da marca Audi, mas não concluiu o negócio. O relator da CPMI, Alberto Gaspar, destacou uma evolução patrimonial de R$ 18 milhões em cinco anos, considerada incompatível com a remuneração de um servidor público. Ele também mencionou um apartamento de R$ 28 milhões em Balneário Camboriú (SC).

Reuniões e denúncias

Virgílio negou participação em reuniões que resultaram na Instrução Normativa do INSS de março de 2024. Ele confirmou, porém, ter se encontrado com representantes da Febraban. O senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) ressaltou que acordos semelhantes começaram em 2020, beneficiando entidades que arrecadaram milhões. Virgílio disse que a fiscalização de tais acordos não era responsabilidade da Procuradoria.

Conclusão

A CPMI continua a investigar as práticas de Virgílio Filho, que permanece sob a suspeita de ter atuado em um esquema de desvio de recursos de aposentados. A sessão se estendeu por mais de 12 horas, e a próxima fase da investigação deve aprofundar as questões levantadas durante o depoimento.

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