Exames e novas técnicas no diagnóstico do câncer de próstata

Estudo revela importância do PSA e inovações no rastreamento da doença

Estudo aponta que exame de PSA reduz mortes por câncer de próstata, enquanto novas técnicas prometem rastreamento mais eficiente.

Exame de PSA: Importância e Impacto na Detecção

O diagnóstico do câncer de próstata é um assunto de suma importância em saúde pública, especialmente no Brasil, onde a doença é a segunda mais comum entre os homens. O exame de PSA, sigla em inglês para antígeno prostático específico, é o principal marcador utilizado para detectar precocemente essa condição. Embora não forneça um diagnóstico definitivo, o teste é crucial para salvar vidas, conforme demonstrado em um estudo publicado em outubro no The New England Journal of Medicine.

O estudo acompanhou 162 mil homens ao longo de 23 anos e revelou que a realização periódica do exame de PSA reduziu em 13% as mortes causadas pelo câncer de próstata em comparação com aqueles que não realizaram o teste de forma sistemática. Essa estatística destaca a importância do rastreamento regular para a detecção precoce da doença.

Evolução do Diagnóstico e Novas Tecnologias

O urologista Ariê Carneiro, coordenador da pós-graduação de Cirurgia Robótica em Urologia do Einstein Hospital Israelita, observa que, embora os resultados do estudo sejam relevantes, os métodos utilizados na época não incluem as inovações atuais, como ressonância magnética, terapia focal e cirurgia robótica, o que provavelmente traria resultados ainda mais significativos hoje. Além disso, as recomendações atuais sugerem que o rastreio anual comece aos 50 anos, e até mesmo mais cedo para aqueles com histórico familiar ou étnico de alto risco.

Desafios na Vigilância do Câncer de Próstata

Apesar dos avanços, muitos homens ainda não realizam acompanhamento médico. Carneiro alerta que no Brasil, quatro em cada dez diagnósticos de câncer de próstata são feitos em estágios metastáticos, o que representa um grande desafio na vigilância da doença. A vigilância desse tipo de tumor enfrenta uma dualidade: enquanto o rastreamento anual pode ser dispendioso, a falta de exames pode permitir que a doença se desenvolva silenciosamente até se tornar uma ameaça à vida.

Avanços em Biomarcadores e Ressonância Magnética

Recentemente, novas técnicas apresentadas na Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) indicam um futuro promissor para o diagnóstico do câncer de próstata, que tende a se tornar mais seletivo e menos invasivo. O uso de biomarcadores urinários e genéticos para determinar quem deve realizar o exame de PSA está ganhando destaque. Esses biomarcadores ajudam a identificar quem realmente possui indícios de problemas prostáticos e quem se beneficiaria mais do rastreamento.

A combinação de ressonância magnética com o teste de PSA também está mostrando resultados promissores, aumentando a segurança do monitoramento e reduzindo a necessidade de biópsias, que são procedimentos invasivos e podem causar desconforto significativo aos pacientes.

O Futuro do Diagnóstico e Tratamento

Ariê Carneiro acredita que o futuro do diagnóstico do câncer de próstata passará por uma seleção mais eficiente de quem deve ser rastreado e tratado. Com os avanços nas tecnologias, será possível não apenas tornar a detecção mais simples e econômica, mas também entender melhor os marcadores genéticos dos tumores após a biópsia. Isso poderá revolucionar a qualidade de vida e a sobrevida dos pacientes, permitindo um tratamento mais direcionado e eficaz.

Em suma, o diagnóstico do câncer de próstata está em uma fase de transformação, com a integração de exames tradicionais e novas tecnologias, visando sempre a melhoria na detecção precoce e na qualidade de vida dos homens afetados pela doença.

Fonte: www.cnnbrasil.com.br

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