Expectativas para a safra de soja no Brasil em 2025/26 e desafios climáticos

Projeções indicam crescimento da produção de soja, mas preocupações climáticas afetam também o algodão no Mato Grosso

A safra de soja do Brasil deve alcançar 171,89 milhões de toneladas, mas desafios climáticos preocupam produtores.

Safra de soja do Brasil deve crescer, mas desafios climáticos aparecem

A safra de soja do Brasil 2025/26 deverá alcançar um novo recorde de 171,89 milhões de toneladas, o que representa um crescimento anual de 1,4% na comparação com a temporada passada. A informação é da consultoria Pátria AgroNegócios, que fez a divulgação de suas projeções nesta segunda-feira (1).

De acordo com a consultoria, a estimativa foi levemente elevada em relação à previsão anterior, de 171,51 milhões de toneladas. Essa mudança considera tanto a área plantada, que é de 48,58 milhões de hectares, quanto uma produtividade média de 3,539 toneladas por hectare. No entanto, o diretor da Pátria AgroNegócios expressou preocupações em relação às condições climáticas atuais, que indicam a presença do fenômeno La Niña.

“Vale notar que as previsões climáticas estão trazendo pontos de muita preocupação”, destacou. O diretor ainda lembrou que “o La Niña nunca foi sinônimo de produtividades extraordinárias”, alertando para os riscos que isso representa para o Sul do Brasil e algumas áreas de São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Desafios climáticos para a safra

Segundo a consultoria, o início da safra 2025/26 está se mostrando mais desafiador em comparação com a anterior, devido a irregularidades climáticas persistentes em várias regiões do Brasil. O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) também divulgou estimativas nesta data, sinalizando que a safra de algodão em Mato Grosso para 2025/26 deve totalizar 2,58 milhões de toneladas, representando um recuo de 1,74% em relação à previsão de novembro do ano passado.

Este decréscimo deve-se a um ajuste na área plantada para 1,43 milhão de hectares, o que implica uma redução de 7,28% em comparação ao que foi registrado na safra de 2024/25. O Imea comentou que essa previsão inicial de redução de área é uma resposta ao momento desafiador da rentabilidade da cultura, dada a combinação de altos custos de produção e preços considerados baixos em relação ao que se espera.

Além disso, as dificuldades climáticas que afetam a soja em algumas localidades impactam ainda mais a decisão sobre a área plantada de algodão, que normalmente é cultiva após a colheita da soja. Mato Grosso, por ser o maior produtor de soja, algodão e milho do Brasil, é um Estado central para as análises de produção agrícola.

Situação das lavouras em Mato Grosso

No tocante à soja, a safra foi estimada em 47,18 milhões de toneladas, sem variações em relação à previsão de novembro. O Imea observou que as chuvas acumuladas em novembro em Mato Grosso aumentaram em relação ao mês anterior, o que ajudou a reduzir o estresse hídrico e beneficiou o desenvolvimento das lavouras em diversas regiões. Contudo, a distribuição da precipitação ainda continua irregular em algumas áreas.

Por outro lado, o Imea manteve a projeção para o milho em 51,72 milhões de toneladas, o que demonstra uma certa estabilidade nas previsões agropecuárias, mesmo diante dos desafios climáticos que pairam sobre as culturas brasileiras. O setor agrícola brasileiro se vê, portanto, em um momento de atenção e adaptação, buscando estratégias para mitigar os impactos das mudanças climáticas nas suas produções.

Fonte: www.moneytimes.com.br

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