Estudo da CNI revela redução de barreiras tarifárias em produtos brasileiros
Cerca de US$ 15 bilhões em exportações do Brasil para os EUA estão isentos de taxas, segundo a CNI.
Exportações brasileiras aos EUA: análise da CNI sobre isenção de taxas
Em um contexto de mudanças nas políticas comerciais, um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) destacou que cerca de US$ 15,7 bilhões em exportações brasileiras para os Estados Unidos estão isentas de tarifas adicionais. Esta informação foi revelada em um relatório publicado num momento crucial para as relações comerciais entre Brasil e EUA.
A pesquisa indica que 37,1% das vendas brasileiras para o mercado norte-americano não enfrentam nenhuma sobretaxa, superando pela primeira vez a parcela sujeita a tarifas altas. Esta mudança é vista como um sinal de distensão nas relações comerciais, especialmente após a decisão dos EUA de ampliar a lista de produtos isentos da tarifa extraordinária de 40%, criada ao longo das disputas comerciais entre os dois países.
Itens liberados e impacto no comércio
No total, 238 produtos brasileiros foram liberados dessa cobrança, incluindo itens de grande consumo nos EUA, como carne bovina, café e cacau. Para a indústria, essa é uma boa notícia, pois representa uma oportunidade de aumentar a competitividade de seus produtos no mercado americano.
O presidente da CNI, Ricardo Alban, considera a decisão dos EUA um sinal positivo, destacando que a redução das sobretaxas oferece uma chance para negociações futuras mais amplas. Ele enfatizou que setores como máquinas e equipamentos, móveis e calçados, ainda estão fora da lista de isenções, o que será uma prioridade nas próximas conversas. “Temos espaço para ampliar a remoção de barreiras para outros produtos industriais. Esse é nosso foco agora”, afirmou Alban.
Situação atual das tarifas
Apesar dos avanços, a análise da CNI revela que 62,9% das exportações brasileiras para os EUA ainda estão sujeitas a tarifas adicionais. Entre os produtos que continuam enfrentando barreiras, uma parte de 7% está sob a tarifa recíproca de 10%, enquanto 3,8% permanecem sujeitos à tarifação extra de 40%. A tarifa combinada de 50% ainda afeta US$ 13,8 bilhões das exportações, evidenciando a complexidade do cenário comercial.
A CNI também observou que, antes da flexibilização recente, 77,8% das exportações estavam sob algum tipo de sobretaxa, o que ilustra a importância das mudanças que estão ocorrendo. O estudo reforça que, mesmo com a redução parcial das barreiras, ainda há um impacto significativo sobre o setor exportador.
Sinal diplomático e desafios futuros
A reversão das tarifas não apenas melhora a situação econômica, mas também é vista como um gesto diplomático de reaproximação entre os países. Este momento é crucial, pois os Estados Unidos buscam reorganizar suas alianças comerciais e suavizar tensões com parceiros estratégicos. O Palácio do Planalto considera essa flexibilização uma oportunidade para destravar negociações e ampliar a lista de exceções.
Apesar das melhorias, o quadro permanece desafiador. As tarifas mais pesadas continuam a incidir sobre setores industriais essenciais, especialmente na cadeia do aço e do alumínio, que ainda enfrentam a taxa de 50% da Seção 232. A CNI e o governo brasileiro estão atentos a essas questões, buscando maneiras de reduzir ainda mais o peso tributário sobre produtos de maior valor agregado.
Essa análise reflete um momento de transformação nas relações comerciais entre Brasil e EUA, com potencial para trazer benefícios significativos para o setor exportador brasileiro.