Em entrevista, ator comenta sobre sua sexualidade e o papel de Sabiá na novela.
Fábio de Luca, em entrevista, fala sobre sua sexualidade e a nova novela.
Fábio de Luca, 45, comemora a estreia em novelas em “Êta Mundo Melhor!”. Na pele do atrapalhado detetive Sabiá, que ajuda a procurar o filho de Candinho (Sergio Guizé), o ator tem se destacado na novela das 6. Em entrevista exclusiva, ele fala sobre a composição da personagem, a sexualidade abertamente gay e o que já encarou por conta do corpo.
“O Sabiá é aquele cara que se acha o maior detetive do mundo, mas é um desastre ambulante. Eu me inspirei muito no inspetor Clouseau do Peter Sellers, no Leslie Nielsen e no Hercule Poirot da Agatha Christie. Coloquei também um tempero da vida real: gente que fala com a maior segurança sobre coisas que não entende. Todo mundo conhece um assim”, conta.
Reflexões sobre a sexualidade
Fábio não esconde que é gay e afirma: “Nunca fiz disso um segredo. Quando a oportunidade aparece, falo com naturalidade. Não é um tema que eu fique militando 24 horas por dia, mas é parte de quem eu sou.” A autoaceitação veio com o tempo, e ele destaca que crescer em um mundo que dita como você ‘deveria’ ser foi desafiador. “A maturidade ajuda muito nesse processo.”
Pressões sociais e aceitação
Dentro da comunidade LGBTQIAPN+, Fábio já se sentiu pressionado a ter um corpo ideal. “Hoje, entendo que isso é uma construção social. Tentar não se medir por essa régua é um exercício diário. Tem dias que me acho um gato, tem dias que me acho um troll, e está tudo bem. O importante é ter afeto sobre si mesmo.”
O papel de Sabiá
Contracenar com grandes nomes como Elizabeth Savalla e Ary Fontoura é uma realização. Fábio destaca a mistura de realização e incredulidade que sente ao atuar ao lado deles. “Está sendo uma mistura de ‘tô realizando um sonho’ com ‘não tô acreditando que isso tá acontecendo’.” Ele acredita que a comédia é uma ferramenta de sobrevivência social e, ao mesmo tempo, uma forma de se expressar.
Fábio de Luca está em um processo contínuo de autodescoberta e aceitação, refletindo sobre a importância de ser verdadeiro consigo mesmo e com os outros.
