Terceiro Comando Puro amplia influência nacionalmente e intensifica disputas com facções rivais
O Terceiro Comando Puro surge como terceira força nacional ao expandir sua facção evangélica, ampliando disputas territoriais e casos de intolerância religiosa.
O crescimento da facção evangélica Terceiro Comando Puro no cenário nacional
O Terceiro Comando Puro (TCP), facção evangélica que tem ganhado notoriedade, ampliou sua atuação nacionalmente, incluindo estados como Ceará, Bahia, Goiás e outros, conforme relatório da Abin. Em março, uma operação da Polícia Militar do Rio de Janeiro derrubou o símbolo do “Complexo de Israel”, um sinal de domínio territorial do TCP, no entanto, o líder local Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como “Peixão”, não foi capturado. A facção evangélica utiliza da identidade religiosa para fortalecer sua presença e expandir sua influência criminal.
Alianças e disputas territoriais no Ceará e outras regiões
No Ceará, o TCP firmou aliança com a facção local Guardiões do Estado (GDE), que perdeu força após repressão policial. Essa parceria tem sido marcada por episódios de violência, extorsão e intolerância religiosa, incluindo o fechamento de terreiros de umbanda em cidades como Maracanaú e Pacatuba. O avanço do TCP reacende tensões com o Comando Vermelho, facção rival histórica, intensificando as disputas territoriais e a escalada de violência, que levou ao fechamento temporário de escolas e ao abandono de vilarejos no interior do estado.
Narcopentecostalismo como estratégia ideológica e simbólica
Especialistas identificam o fenômeno do “narcopentecostalismo” dentro do TCP, onde o discurso cristão é empregado para legitimar a violência, o controle territorial e a perseguição a outras religiões. Embora rejeitada pelas igrejas evangélicas tradicionais, essa estratégia encontra terreno fértil no aumento do protestantismo, especialmente em ambientes como o sistema prisional, onde o número de evangélicos tem crescido significativamente, como no Ceará, onde 43% dos detentos se declaram evangélicos.
Impactos sociais e temores da população nas áreas dominadas pela facção
A presença do TCP tem causado clima de medo e insegurança nas regiões sob seu domínio, com relatos de toques de recolher informais, separação forçada de famílias e silêncio de moradores. Organizações sociais apontam aumento de ataques, tiroteios e ameaças, principalmente envolvendo jovens e adolescentes. A expansão da facção evangélica preocupa autoridades e especialistas, que temem a intensificação da violência e o aprofundamento das disputas no cenário do crime organizado brasileiro.
Monitoramento e desafios para as forças de segurança
As autoridades policiais continuam acompanhando o crescimento do TCP e suas alianças, com prisões e investigações em andamento, principalmente relacionadas a extorsões e intolerância religiosa. O desafio para as forças de segurança é conter a expansão da facção e mitigar os impactos da violência associada ao grupo, que alia práticas semelhantes às milícias, como a cobrança de taxas, e mantém conexões estratégicas com outras organizações criminosas, como o PCC, ampliando sua atuação e alcance no país.
Fonte: baccinoticias.com.br
Fonte: Bacci Notícias