Resgate revela indícios de possível domesticação do animal selvagem
Filhote de jaguatirica foi resgatado em Porto União após invadir uma casa, apresentando sinais de domesticação.
Jaguatirica invade casa em Porto União e é resgatada
Um filhote de jaguatirica apresentou comportamento incomum ao invadir uma residência em Porto União, no Norte de Santa Catarina, nesta semana. Segundo informações da Polícia Militar Ambiental, o animal está evidenciando sinais de domesticação, situação rara para a espécie Leoparda pardalis, que normalmente não é vista na região Sul do Brasil.
Durante o resgate, um vídeo capturou o felino interagindo com objetos e permitindo a aproximação dos agentes, o que levantou preocupações sobre sua capacidade de retornar ao habitat natural. “Animais silvestres que passam tempo demais próximos de pessoas perdem habilidades essenciais para a sobrevivência”, esclareceu a guarnição.
Importância do resgate seguro
Por segurança, o filhote de jaguatirica não foi imediatamente devolvido ao seu ambiente natural. Este cuidado é vital, já que a jaguatirica poderia não ser capaz de reconhecer predadores, buscar alimento ou encontrar abrigo sem a ajuda de humanos. O animal será monitorado por especialistas até que tenha condições adequadas para voltar ao meio ambiente.
A Polícia Ambiental lembrou que manter animais silvestres sem a devida autorização do Ibama é considerado crime, conforme prevê a Lei 9.605/98. Além disso, mesmo os filhotes, que podem parecer dóceis, têm o potencial de desenvolver comportamentos agressivos e sua domesticação pode prejudicar a reintrodução na natureza, afetando o equilíbrio ecológico.
Características da jaguatirica
A jaguatirica, um dos maiores felinos de pequeno porte do Brasil, pode atingir até 16 kg e 1 metro de comprimento. Embora presente em diversas áreas do Sul, é uma espécie rara de ser avistada. Segundo Christian Raboch, biólogo da região, “a espécie prefere áreas densas de mata e depende de presas maiores, o que explica a escassa interação com humanos”.
Raboch destacou que é bem mais comum observar o gato-do-mato-pequeno ou o gato-maracajá na região. A jaguatirica, portanto, aparece em menor frequência, tornando o esporádico encontro ainda mais notável.
Conclusão
O resgate deste filhote de jaguatirica sublinha a necessidade urgente de conscientização sobre a preservação da fauna silvestre e a responsabilidade de não manter animais em cativeiro sem supervisão adequada. O acompanhamento por profissionais capacitados poderá garantir que o animal tenha uma chance justa de retornar à vida selvagem, preservando a saúde do ecossistema local.
Fonte: baccinoticias.com.br
Fonte: Polícia Militar Ambiental
