Relatório do Fundo Monetário Internacional destaca riscos fiscais para o futuro
O FMI vê a situação fiscal do Brasil menos grave, mas alerta para aumento da dívida pública em 2026.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) vê a situação fiscal do Brasil menos grave neste e no próximo exercício, mas aponta risco de um novo salto da dívida pública em 2026, ano de eleição presidencial no País. O alerta foi divulgado no relatório Monitor Fiscal, publicado em 15 de outubro, em Washington, durante as reuniões anuais do FMI. A dívida pública em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve alcançar 91,4% neste ano, contra 87,3% em 2024.
Projeções de Dívida
Apesar de uma alta de mais de 4 pontos porcentuais, a estimativa é inferior à prevista anteriormente, que era de 92%. Para 2026, o FMI projeta um aumento para 95,0% do PIB, abaixo dos 96% estimados em abril. Se confirmadas, essas projeções representarão o maior nível de endividamento desde 2020. O FMI também prevê que a dívida atinja 97% em 2027 e chegue a 98,1% em 2030.
Metas Fiscais e Desafios do Governo
Quanto às metas fiscais, o FMI espera um déficit primário de 0,6% do PIB para este ano e de 0,2% em 2024. O governo Lula 3 enfrenta dificuldades, incluindo a derrubada de uma Medida Provisória que buscava alternativas para o aumento do IOF. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve apresentar cenários para a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, após a derrota no caso do IOF. O FMI não acredita que o governo conseguirá um superávit primário até o final do mandato, prevendo uma melhoria gradual apenas a partir de 2027, com superávit de 0,3% do PIB nesse ano.
Conclusão
O relatório do FMI destaca que a situação fiscal do Brasil, embora tenha apresentado alguma melhora, continua a apresentar riscos significativos, especialmente com as eleições de 2026 no horizonte.