Deputados franceses fazem apelo ao governo contra pacto com a União Europeia
Assembleia Nacional da França vota contra acordo comercial com o Mercosul, mas decisão não é vinculativa.
Rejeição do acordo entre UE e Mercosul na França
Nesta quinta-feira, 27 de novembro de 2025, a Assembleia Nacional da França aprovou uma resolução que pede ao governo francês, liderado por Emmanuel Macron, a rejeição do acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul. A votação foi esmagadora, com 244 deputados a favor e apenas 1 contra, demonstrando uma forte oposição ao pacto. Essa resolução, embora significativa, possui caráter não vinculativo, o que significa que o governo francês não é obrigado a cumpri-la.
Contexto do acordo e seus desafios
O acordo entre a UE e o Mercosul, que inclui países como Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, está em negociação há 25 anos. A oposição francesa, especialmente do partido de esquerda França Insubmissa (LFI), tem sido uma voz forte contra o pacto, citando preocupações ambientais e de proteção à agricultura local. Mesmo com a rejeição na Assembleia, o poder de veto da França sobre o acordo é limitado, pois ele ainda precisa ser submetido ao Conselho da União Europeia e, posteriormente, ao Parlamento Europeu.
Próximas etapas e implicações da votação
Para que o acordo entre em vigor, 15 dos 27 estados membros da União Europeia precisam ratificá-lo no Conselho da UE. Além disso, para ser aprovado, o pacto deve receber o apoio de pelo menos 50% dos deputados do Parlamento Europeu, o que torna a situação ainda mais complexa. A votação no Parlamento Europeu está prevista para ocorrer em dezembro deste ano, e o presidente Lula da Silva afirmou que espera que a assinatura final do acordo aconteça até o dia 20 do próximo mês.
Macron e a posição da França
Durante a COP30, realizada em Belém, o presidente Macron expressou otimismo em relação ao andamento das negociações. Em suas declarações, ele ressaltou a importância de defender os interesses da França, ao mesmo tempo em que buscava um entendimento com seus parceiros no Mercosul. “Isso [o acordo] está sendo negociado. Eu tenho boas esperanças, mas ainda sigo vigilante”, afirmou Macron, deixando claro que a França busca um equilíbrio entre compromisso internacional e proteção de seus interesses internos.
Repercussões internacionais
A decisão da Assembleia Nacional da França pode ter impactos significativos nas relações comerciais entre a UE e os países do Mercosul. A rejeição do acordo pode acirrar tensões e afetar a confiança nas negociações. Observadores internacionais alertam que a continuidade da oposição pode prejudicar não apenas o comércio, mas também a cooperação em áreas como meio ambiente e desenvolvimento sustentável.
Conclusão
A rejeição do acordo comercial entre a UE e o Mercosul pela Assembleia Nacional da França, embora não vinculativa, reflete a crescente preocupação com questões ambientais e de soberania nacional. Com a votação no Parlamento Europeu se aproximando, o futuro do acordo ainda é incerto, e o governo francês terá que navegar por um cenário complexo de pressões internas e externas.
Fonte: www.metropoles.com
Fonte: m colorida, UE-Mercosul