Operação da PF revela esquema criminoso com impactos políticos
A Operação Rejeito da PF expõe fraudes em projetos de mineração, afetando a administração de Zema e causando repercussões políticas.
As fraudes em projetos de mineração reveladas pela Polícia Federal na Operação Rejeito elevaram a pressão sobre a administração do governador Romeu Zema, em Minas, e também respingaram em outros personagens políticos ligados ao estado. Zema, que demorou mais de 24 horas para se manifestar sobre a operação, agora pode ter que enfrentar uma CPI na Assembleia Legislativa. Entre os presos pela operação, há pessoas ligadas a Jair Bolsonaro, Nikolas Ferreira (PL-MG), Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Alexandre Silveira (PSD-MG).
Impacto da Operação Rejeito
O esquema criminoso, segundo investigações, poderia alcançar lucros de até R$18 bilhões para um grupo que obteve autorizações para exploração mineral em locais proibidos mediante pagamento de propinas. A pressão sobre Zema aumenta à medida que deputados da oposição se aproximam das 26 assinaturas necessárias para abrir uma CPI na Assembleia Legislativa. O governo é acusado de omissão, mesmo após denúncias anteriores à operação.
Repercussões políticas
Com a temperatura política elevada, Zema tenta viabilizar sua candidatura à presidência no próximo ano. Ele se destacou como um dos governadores de direita críticos à gestão Lula. A deputada estadual Lohanna França (PV) criticou a postura do governo, afirmando que a Assembleia já enfrentou crimes na mineração anteriormente. O deputado Professor Cleiton (PV-MG) acusou a administração do NOVO de ter permitido um escândalo que fragilizou a fiscalização ambiental.
Ações do governo
Após a operação, Zema pediu punições exemplares e exonerou sete servidores. A operação resultou na prisão de integrantes do segundo escalão do governo, como Fernando Baliani, da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam). A situação se complica com a exoneração de Rodrigo Gonçalves Franco, ex-presidente da Feam, que ocorreu quatro dias antes da operação.
Conexões políticas
Entre os presos está Felipe Lombardi Martins, ex-assessor de Rodrigo Pacheco, apontado como o “operador financeiro” do grupo. O inquérito revela uma rede de contatos políticos, incluindo a articulação de CPI na Câmara pela deputada Duda Salabert (PDT-MG). A proximidade de figuras ligadas a Bolsonaro com os investigados também chama atenção e sugere um cenário político conturbado.