Geraldo Pedrosa de Araújo Dias, artisticamente conhecido como Geraldo Vandré, marcou a história da Música Popular Brasileira com canções que se tornaram hinos de uma geração. Nascido em João Pessoa em 1935, o cantor e compositor alcançou o auge do sucesso nos anos 60, em festivais que projetaram clássicos como “Disparada” e, principalmente, “Pra Não Dizer que Não Falei das Flores” (Caminhando).
Esta última, em especial, transcendeu a música e se tornou um símbolo de resistência contra a ditadura militar no Brasil. O endurecimento do regime, impulsionado pelo AI-5, forçou Vandré ao exílio. Ele buscou refúgio em países como o Chile e em regiões da Europa, antes de retornar ao Brasil em 1973.
Afastado dos palcos desde então, Vandré optou por uma vida discreta, alimentando um mistério em torno de sua vida pessoal. Hoje, aos 89 anos, reside entre o Rio de Janeiro e Teresópolis, levando um estilo de vida simples e reservado. Segundo informações, ele se mantém com sua aposentadoria e os direitos autorais de suas composições.
“Não sou um recluso”, afirma Vandré, apesar de sua raríssima aparição pública e a recusa em conceder entrevistas. Recentemente, ele passou por uma cirurgia de catarata e segue com os cuidados básicos com a saúde. Apesar do afastamento da vida artística, seu legado permanece vivo.
Vandré preserva um valioso acervo pessoal, incluindo poemas, desenhos e documentos, parte do qual está guardada em São Paulo. Este material tem despertado o interesse de pesquisadores e instituições culturais, consolidando-o como um símbolo eterno da resistência e um pilar fundamental da memória política e cultural do Brasil.