Ministra aponta falhas na gestão do governador e defende a responsabilidade do governo federal
Gleisi Hoffmann critica Tarcísio de Freitas por atribuir culpa ao governo federal após apagão em SP.
Críticas à Gestão de Tarcísio Após Apagão em São Paulo
O apagão que afetou mais de 1 milhão de pessoas em São Paulo na quinta-feira (11/12) provocou reações intensas entre os líderes políticos. A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, fez críticas contundentes ao governador Tarcísio de Freitas. Durante uma coletiva, Gleisi afirmou que o governador tenta atribuir à crise da Enel a culpa, que, segundo ela, é uma consequência das políticas privatizantes adotadas por seu governo.
Gleisi Hoffmann enfatizou que a responsabilidade pela distribuição de energia no estado não pode ser transferida para o governo federal. “Tarcísio e seu chefe Bolsonaro defenderam a privatização de serviços essenciais, como energia e saneamento, e agora querem jogar a crise nas costas do governo federal”, disse a ministra. Essa afirmação surge em um contexto em que muitos questionam a atuação da Enel, responsável pela energia em São Paulo desde 2018.
O Contexto do Apagão
O apagão, que aconteceu após um ciclone extratropical atingir o estado, causou a interrupção de fornecimento em milhares de residências. Com rajadas de vento que chegaram a 98 km/h, a situação se agravou, levando ao desespero de muitos cidadãos. O Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) de São Paulo já notificou a Enel, alertando sobre os riscos à população e a falha na prestação de serviços essenciais.
Gleisi citou que não é apenas o governador que é afetado por essa situação, mas sim a população paulista, que é a verdadeira refém das decisões políticas. “Não é Tarcísio quem está refém, mas a população que sofre com a falta de energia”, destacou. Essa declaração vem em um momento em que os cidadãos exigem respostas e soluções para problemas recorrentes de falhas na distribuição de energia na região.
Privatização e Responsabilidades
A questão da privatização tem sido central no debate sobre o apagão. Gleisi Hoffmann lembrou que a privatização da Eletrobras, uma das principais empresas do setor, foi uma decisão que retirou do governo federal a capacidade de intervir diretamente na gestão de energia em São Paulo. “Agora, com a privatização, não adianta o governador querer intervenção federal quando ele mesmo ajudou a aprofundar a crise ao apoiar a privatização dos serviços essenciais”, afirmou.
Além disso, a ministra criticou o que considera um “grave retrocesso” nas políticas de serviços públicos. A privatização, segundo ela, tem sido uma barreira para garantir a qualidade e eficiência no fornecimento de energia, especialmente em momentos de crise. Gleisi deixou claro que a gestão de serviços essenciais não deveria ser vista como um mero negócio, mas como uma responsabilidade do Estado para com seus cidadãos.
Repercussão e Futuras Medidas
A resposta de Tarcísio de Freitas não tardou a chegar, e ele argumentou que São Paulo não pode permanecer refém da Enel, destacando a importância da intervenção federal na situação. No entanto, este embate entre o governador e a ministra levantou questões sobre a futura gestão de serviços públicos no estado e a necessidade de estratégias eficazes para enfrentar crises semelhantes.
Enquanto a população aguarda soluções imediatas, as autoridades enfrentam desafios na reconstrução da confiança em uma infraestrutura essencial. Com o cenário atual, a gestão de energia em São Paulo estará sob um intenso escrutínio, especialmente considerando as crescentes críticas à atuação da Enel e ao modelo de privatização defendido pelos governantes locais.



