Procurador-geral da República alerta sobre ameaças a autoridades durante julgamento no STF
Paulo Gonet denuncia grupo 'kids pretos' por ameaças e planos de assassinato a autoridades.
Gonet denuncia grupo kids pretos durante julgamento no STF
Em 11 de novembro de 2025, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, fez declarações alarmantes durante o julgamento do núcleo 3 da trama golpista, conhecido como os “kids pretos”, no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele afirmou que este grupo colocou autoridades públicas “na mira de medidas letais” e pressionou o alto comando do Exército a realizar ações para efetivar um golpe de Estado.
Gonet destacou que os membros dos kids pretos estavam dispostos a convocar forças militares terrestres para seus intentos criminosos. “Os réus puseram autoridades públicas na mira de medidas letais e se dispuseram a convocar forças militares terrestres ao serviço dos intentos criminosos”, afirmou o procurador. Essa declaração acendeu um alerta sobre a gravidade das ações do grupo, que inclui ameaças de assassinato a figuras proeminentes do governo.
O julgamento e seus réus
O julgamento do núcleo 3, que envolve nove militares do Exército e um agente da Polícia Federal, é um marco importante no combate à tentativa de golpe de Estado no Brasil. O coronel do Exército, Bernardo Romão Corrêa Netto, e outros oficiais de alta patente estão entre os réus, todos acusados de organização criminosa armada e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. O tenente-coronel do Exército, Rodrigo Bezerra de Azevedo, foi o único réu presente na sessão, que se concentrou nas ações e planos do grupo.
Gonet enfatizou que os réus estavam cientes da lisura do processo eleitoral, apesar de terem promovido a narrativa de fraude que sustentou sua tentativa de golpe. Ele mencionou diálogos coletados nas investigações para corroborar essa afirmação, indicando que eles sabiam que suas alegações não tinham fundamento.
A ameaça aos líderes do governo
O plano elaborado pelo grupo incluía o assassinato de autoridades, com foco no presidente Luiz Inácio Lula da Silva e no ministro do STF, Alexandre de Moraes. Os membros do grupo são acusados de tentar implementar um golpe que não apenas ameaçava a democracia, mas também a vida de líderes políticos. A gravidade das acusações levantadas por Gonet destaca a seriedade da situação e a necessidade de uma resposta firme por parte das autoridades.
Consequências e próximos passos
Dos dez acusados, nove enfrentam sérias acusações, incluindo tentativa de golpe de Estado e dano ao patrimônio público. O tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo Júnior teve sua denúncia atenuada para incitação ao crime, o que indica a possibilidade de um desdobramento mais brando para ele, em contraste com as acusações pesadas que recaem sobre os demais réus. O julgamento continua a atrair a atenção do público e das autoridades, à medida que se busca justiça e a preservação da democracia no Brasil. A sociedade civil aguarda ansiosamente o desfecho deste caso, que pode ter implicações significativas para a segurança pública e a estabilidade política no país.