Governador do Rio de Janeiro aponta relação entre facções e decisão do STF

m colorida de Cláudio Castro , governador do RJ

Cláudio Castro critica ADPF 635 e suas implicações nas operações policiais

Cláudio Castro critica a ADPF 635 e atribui aumento de facções ao STF.

Aumento de facções criminosas e a ADPF 635

Na manhã de terça-feira, 25 de novembro de 2025, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, fez críticas contundentes à Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo Castro, essa decisão judicial limita as operações policiais em comunidades, o que, em sua visão, contribui para a expansão das facções criminosas no estado.

Castro destacou que, de acordo com um relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), entre 2019 e 2023, o Comando Vermelho foi a organização criminosa que mais cresceu no Brasil, um fenômeno que ele atribui diretamente à ADPF. “Não sou eu que estou falando isso, é o relatório do CNJ”, afirmou durante audiência pública.

Megaoperação policial e suas consequências

O governador também se referiu a uma megaoperação realizada pela polícia contra o Comando Vermelho há cerca de um mês, que resultou em 124 mortes. Ele observou que muitos dos envolvidos na operação eram de outros estados, ressaltando a importância de abordar o problema do crime organizado de forma mais abrangente. “Da última operação, 40% dos neutralizados ou presos eram de outros estados. Então mostra que, se não resolvermos o Rio, dificilmente conseguiremos resolver o Brasil”, comentou Castro.

Críticas à PEC da Segurança Pública

Além das críticas à ADPF, Cláudio Castro também se manifestou contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, que está em tramitação na Câmara dos Deputados. O governador acredita que é fundamental que cada polícia mantenha sua autonomia e competências específicas, ao invés de se buscar uma unificação das operações policiais. “Se quer se ter os ciclos, eles sejam dentro das suas competências, e cada polícia seja autônoma dentro de seu ciclo. Não dá para investigar e o outro operar. Isso é desserviço para a segurança pública”, argumentou.

Desafios na tramitação da PEC

O relator da PEC da Segurança Pública, deputado Mendonça Filho (União Brasil-PE), está trabalhando para elaborar um parecer que concilie os interesses do governo e da oposição. Essa tarefa é desafiadora, já que enquanto os parlamentares da ala direita defendem maior autonomia para os estados, a esquerda propõe uma abordagem mais federalizada para a segurança pública. A expectativa é que um novo parecer seja apresentado na segunda quinzena de novembro.

A discussão sobre o crescimento das facções criminosas e as implicações das decisões do STF e das propostas legislativas continua a ser um tema crucial na agenda política do Brasil. As autoridades enfrentam o desafio de encontrar soluções que equilibrem a segurança pública e o respeito às normas constitucionais.

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