A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, expressou nesta terça-feira a confiança do governo federal em uma revisão, por parte do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, da recente decisão de sobretaxar produtos brasileiros como café e carne em 50%. A medida, que entraria em vigor nesta quarta-feira, tem gerado preocupação no setor exportador.

Tebet argumenta que a imposição de tarifas elevadas sobre esses produtos não se sustenta, nem do ponto de vista econômico, nem político. “Acreditamos que, na hora em que olharem os números inflacionados desses produtos, pesquisa de opinião pública, eles vão reposicionar esses produtos de novo,” afirmou a ministra, durante pronunciamento no Palácio do Planalto, em Brasília.

Apesar da expectativa de reversão, o governo brasileiro já está elaborando um plano de contingência para mitigar os possíveis impactos negativos. Segundo Tebet, diversas medidas foram apresentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e a decisão sobre implementá-las dependerá do alcance final das tarifas.

Em relação às medidas de apoio aos setores afetados, a ministra garantiu que o governo buscará soluções já testadas e aprovadas durante a pandemia de Covid-19. “Não vamos inventar nada, não vamos tirar coelho da cartola. A pandemia nos permitiu testar medidas que se mostraram, muitas delas, bem-sucedidas, com apoio do Congresso”, explicou Tebet.

Ademais, a ministra garantiu que as medidas emergenciais não exigirão alterações no teto de gastos, ecoando as declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Pode até ter algum impacto fiscal, mas o que é prioritário e emergencial agora não exige isso. Se houver algo que demande recursos, vai ser tratado com razoabilidade”, finalizou.