Em resposta à iminente pauta da urgência do projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, anunciada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, sinalizou que o governo não recuará. A articulação para impedir o avanço da proposta já começou e promete ser intensa nos próximos dias.
“O governo é contra a anistia. Além de imoral é inconstitucional. Nem terminou o julgamento e já há pressão para pautar. Vamos nos posicionar contra e trabalhar para derrubar o pedido de urgência”, declarou Gleisi ao Metrópoles, evidenciando a determinação do Planalto em barrar o projeto.
Para coordenar a estratégia, Gleisi Hoffmann convocou uma reunião com ministros do Centrão nesta terça-feira. O objetivo é mobilizar a base aliada no Congresso para que votem contra a urgência do projeto, retardando, assim, sua tramitação e abrindo espaço para um debate mais amplo.
A movimentação ocorre após um encontro entre Motta, Gleisi e o presidente Lula, onde o chefe do Executivo reafirmou sua oposição à anistia. A batalha no Congresso se desenha com o governo e a oposição em contagem de votos, como já havia sido noticiado, em busca de garantir seus respectivos objetivos.
Caso a urgência seja aprovada, o projeto de anistia ganha prioridade na pauta da Câmara, acelerando o processo de votação. O governo federal intensificará o diálogo com parlamentares, buscando reverter o cenário e evitar a aprovação da medida, considerada inconstitucional e imoral.