Governo do Paraná investe R$ 3 milhões em laboratório para ostra cultivada

SETI

Iniciativa visa fortalecer a maricultura e a pesquisa científica na região do Litoral paranaense

O Governo do Paraná destina R$ 3 milhões para laboratório de sementes de ostra, fortalecendo maricultura e pesquisa científica.

Governo do Paraná investe em laboratório de sementes de ostra cultivada

Neste 25 de setembro, o Governo do Estado do Paraná liberou um aporte de R$ 3 milhões para a criação de um laboratório dedicado à pesquisa e produção de sementes de ostra cultivada. A unidade será instalada no Centro de Estudos do Mar da Universidade Federal do Paraná (UFPR), localizado em Pontal do Paraná, e visa fortalecer a cadeia produtiva da maricultura na região.

Objetivos e estrutura do laboratório

Os recursos destinados provêm do Fundo Paraná, gerido pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). A Fundação Araucária será responsável pela gestão financeira, enquanto a Fundação de Apoio da UFPR (Funpar) conduzirá as etapas administrativas do projeto. O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) e a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) atuarão em ações de capacitação e monitoramento, além de apoio à distribuição de sementes.

O projeto, que foi apresentado ao Estado em dezembro do ano passado, propõe a estruturação de um sistema moderno de produção de sementes adaptadas às condições ambientais do litoral paranaense. As sementes serão disponibilizadas para maricultores de diversas cidades, como Antonina e Guaratuba. Entre as inovações, destaca-se um aplicativo que permitirá acompanhar o desenvolvimento das sementes e o uso de ferramentas de Inteligência Artificial para otimizar processos.

Investimentos em tecnologia

Dos R$ 3 milhões investidos, R$ 1,14 milhão será utilizado na compra de equipamentos de última geração, incluindo sistemas de tratamento e filtragem de água, sensores ambientais e microscópios de alta precisão. O restante do valor, R$ 1,85 milhão, será destinado a custeio, incluindo a concessão de 14 bolsas de iniciação científica e de pós-graduação, que vão de um a três anos.

De acordo com Aldo Nelson Bona, secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, esse investimento garante que a pesquisa acadêmica tenha aplicação prática no setor produtivo. O projeto surgiu a partir de um pedido dos produtores de ostras da região, que buscaram a universidade para uma colaboração científica.

Estrutura avançada e inovações

O laboratório será organizado em setores que cuidam das diferentes fases de vida das ostras, desde a produção do alimento até o crescimento inicial das sementes. O professor Francisco José Lagreze Squella, coordenador do projeto, enfatiza a relevância da tecnologia para o setor, mencionando que o aplicativo baseado em IA permitirá aos produtores acompanhar o crescimento das sementes e receber alertas de manejo.

Além disso, o projeto prevê o desenvolvimento de sistemas de visão computacional para analisar imagens e otimizar a alimentação de larvas, ajustando variáveis como temperatura e salinidade. Essas inovações visam aumentar a eficiência e sustentabilidade da produção, contribuindo para a recuperação das populações naturais de ostras.

Capacitação e extensão

Além da produção de sementes, o laboratório terá um papel fundamental na capacitação dos maricultores, oferecendo cursos e oficinas práticas. Também estão previstas publicações de artigos científicos e seminários para promover a troca de experiências com outros centros de pesquisa, permitindo que bolsistas e pesquisadores desenvolvam estudos sobre automação e IA na produção de moluscos.

A expectativa é que esse investimento não apenas melhore a produção local, mas também contribua para o desenvolvimento sustentável da maricultura no estado, beneficiando cerca de 500 produtores paranaenses.

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