O Departamento de Estado dos Estados Unidos, através do Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental, manifestou forte oposição à ordem de prisão domiciliar imposta ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A medida, determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, gerou imediata reação por parte do governo americano.
A crítica incisiva do governo Trump não se limitou à prisão domiciliar. A administração americana responsabilizou também aqueles que, de alguma forma, colaborarem ou se mostrarem coniventes com as ações sancionadas contra o ex-presidente brasileiro, elevando a tensão diplomática em torno do caso.
A ordem de prisão domiciliar contra Bolsonaro foi motivada, segundo o ministro Moraes, pelo descumprimento de medidas cautelares previamente estabelecidas em julho. A decisão reacendeu o debate sobre os limites da atuação do STF e a suposta perseguição política a opositores.
Em um comunicado contundente, o escritório do Departamento de Estado classificou Moraes como um “violador de direitos humanos” e relembrou que o ministro já foi alvo de sanções americanas sob a Lei Magnitsky. Essa legislação permite que o governo dos EUA puna estrangeiros acusados de corrupção e violações de direitos humanos.
“O juiz Moraes, agora um violador de direitos humanos sancionado pelos EUA, continua a usar as instituições brasileiras para silenciar a oposição e ameaçar a democracia”, afirmou o órgão americano. A declaração demonstra a preocupação do governo Trump com o que considera um cerceamento da liberdade de expressão no Brasil e uma ameaça às instituições democráticas.
Além das críticas diretas, o governo americano exigiu que Bolsonaro seja autorizado a se manifestar publicamente. “Impor ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro de se defender em público não é um serviço público. Deixem Bolsonaro falar!”, concluiu o comunicado.