Análise sobre a gestão fiscal e a relação entre o Executivo e o Legislativo
Governo e Congresso enfrentam desafios fiscais e tensões políticas em meio a promessas de novos cortes.
Na tentativa de recuperar os R$ 20 bilhões perdidos em uma derrota no Congresso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prometeu apresentar novas propostas aos parlamentares. No entanto, tratam-se de “novas velhas ideias”, uma vez que são essencialmente repetições do que já foi apresentado anteriormente.
Conflito entre governo e Congresso
O Congresso frustrou as expectativas do governo de aumentar as receitas e evitar cortes de gastos. Em resposta, o governo adotou uma retórica de confronto, classificando o Congresso como “inimigo do povo” e prometendo intensificar sua campanha de oposição aos “ricos que não querem pagar impostos”. Essa estratégia, no entanto, não surtiu efeito em relação às medidas recentemente rejeitadas pelo Congresso.
Necessidade de ajuste fiscal
Uma parte relevante dos agentes econômicos observa essa disputa com atenção voltada para um placar diferente daquele das votações parlamentares: o placar que revela a necessidade de financiar um déficit nominal de 9% do PIB, com uma dívida pública já próxima dos 80% do PIB. O desfecho desse enredo é previsível, e será necessário realizar um ajuste fiscal significativo, independentemente de quem vença as eleições do próximo ano.
Expansão fiscal persistente
Enquanto isso, o governo permanece empenhado em expandir os gastos públicos, operando há tempos em modo permanente de campanha eleitoral. A obsessão por aumentar as receitas dentro de um modelo que promove gastos crescentes à medida que as receitas aumentam é descrita como uma “marcha da insensatez”. Essa dinâmica indica que o empurra-empurra entre governo e Congresso já não serve sequer para disfarçar o verdadeiro pano de fundo: uma conta gigantesca a ser paga, que não para de crescer.