Economista alerta sobre possíveis mudanças nas projeções fiscais diante de déficits

A meta fiscal de 2026 pode ser alterada devido a desafios significativos, segundo economista Felipe Salto.

Diante de um déficit projetado de R$ 96,6 bilhões, a meta fiscal do governo para 2026 pode sofrer alterações significativas. O economista Felipe Salto, da Warren Investimentos, destaca que esse valor está muito distante do superávit de R$ 34,3 bilhões previamente estabelecido. O novo arcabouço fiscal introduz regras rigorosas de gastos e metas de resultado primário, mas ainda assim, as contas públicas exigem melhorias adicionais para garantir a sustentabilidade financeira do país.

Desafios e propostas

Apesar da melhora nas contas, com um déficit primário reduzido para 0,6% do PIB em 2025, as medidas ainda são insuficientes. O governo busca alternativas para incrementar receitas, como a divisão da Medida Provisória 1303 em dois projetos distintos. Entre as propostas estão a tributação de apostas, regulamentação de fintechs e cortes em gastos tributários, que podem gerar cerca de R$ 10 bilhões à União.

A influência das Forças Armadas nas contas

A aprovação de R$ 30 bilhões para as Forças Armadas fora do arcabouço fiscal representa um desafio adicional para a gestão das contas. Salto observa que essa prática de excluir despesas pode comprometer a efetividade do novo arcabouço, mesmo que os valores pareçam pequenos ao longo do tempo. O recente voto no Senado, que liberou R$ 5 bilhões anuais, é criticado como um retorno à contabilidade criativa, o que pode prejudicar a saúde fiscal do Brasil.

Riscos à saúde fiscal

O economista recomenda que a proposta seja vetada, alertando que aumentar os gastos com as Forças Armadas deve implicar cortes em outras áreas. “Se você quer gastar mais com as Forças Armadas, tem que gastar menos com outras coisas”, enfatiza Salto, reforçando que todos os gastos públicos devem obedecer às mesmas regras para garantir a sustentabilidade das contas.