Em um marco para a saúde indígena, o governo federal inaugurou o primeiro Centro de Referência em Saúde Indígena (CRSI Xapori Yanomami) na Terra Indígena Yanomami, localizada em Roraima. A iniciativa representa um avanço significativo no atendimento às comunidades, buscando oferecer serviços de urgência e emergência alinhados com as necessidades culturais e de saúde específicas dos povos originários.

Acompanhado de uma visita técnica, o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou o investimento como um passo crucial para modernizar a infraestrutura de saúde na região. “Estamos trazendo a saúde da Terra Indígena Surucucu para o século XXI, com equipamentos modernos, melhores condições de trabalho para os profissionais e acolhimento digno para a população indígena”, afirmou o ministro, ressaltando que a última construção similar na área ocorreu em 1992.

A nova unidade tem a expectativa de atender mais de 10 mil indígenas, abrangendo cerca de 60 comunidades. Além dos serviços de urgência e emergência, o CRSI visa promover um atendimento que respeite o perfil epidemiológico e as particularidades culturais, sociais e de saúde dos povos Yanomami.

A região enfrenta desafios persistentes, como a presença de garimpeiros e madeireiros ilegais, que impactam diretamente a saúde e o bem-estar das comunidades. Em 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou estado de emergência sanitária e implementou medidas para remover os invasores e garantir o acesso à saúde da população local.

“Quando começou o governo do presidente Lula, apenas sete polos tinham profissionais de saúde. Hoje, mais de 30 polos contam com médicos do Mais Médicos, enfermeiros, nutricionistas e técnicos de enfermagem. É um aumento de 169% de profissionais dentro da terra indígena”, detalhou Padilha, enfatizando o aumento no número de profissionais de saúde atuando na região. O centro de referência teve um custo aproximado de R$ 29 milhões, segundo o governo federal.

Ademais, o presidente Lula planeja visitar o território Yanomami em breve, possivelmente antes da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas no final de setembro. A visita reforça o compromisso do governo em acompanhar de perto a situação da saúde e o desenvolvimento social na região.