Governo Lula avança com isenção de IR, mas desafios persistem

A aprovação unânime na Câmara traz trunfo político, mas o Centrão mantém resistência

A Câmara aprovou a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, mas o apoio do Centrão é incerto para futuras votações.

Na quarta-feira (2) em Brasília, o governo Lula obteve uma vitória importante ao aprovar a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, contabilizando 493 votos favoráveis. Apesar do resultado unânime, líderes do Centrão, incluindo o presidente da Câmara, Hugo Motta, demonstraram ceticismo em relação ao apoio contínuo às demandas do governo.

Vitória e resistência

A aprovação do projeto foi comemorada como um trunfo político, especialmente para a eleição de 2026. No entanto, líderes do Centrão como Pedro Lucas Fernandes (MA) enfatizaram que a medida é de interesse nacional e não deve ser creditada exclusivamente ao governo. A próxima batalha será a votação da Medida Provisória que altera a tributação do IOF, prevista para a próxima terça-feira, com o risco de expirar se não for aprovada a tempo.

Desafios no Congresso

Apesar do sucesso inicial, a articulação política continua desafiadora para o governo. A proposta que visa cortar benefícios fiscais ainda não tem um relator definido, e a pressão de partidos do Centrão foi evidente, especialmente em relação aos dispositivos que aumentariam a taxação sobre grandes fortunas. O governo precisa redobrar esforços para avançar em sua agenda fiscal sem desvirtuar suas propostas principais.

Pressão popular e articulação política

A votação do projeto de isenção foi influenciada por manifestações populares em diversas capitais, que pressionaram a Câmara a priorizar o tema. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, destacou a importância do apoio popular e das conversas que ocorreram antes da votação. O governo Lula busca consolidar uma imagem de recuperação e unidade em torno de bandeiras populares, mesmo diante da resistência do Centrão.

PUBLICIDADE

Relacionadas: