Entenda o que motivou a paralisação em nove estados brasileiros.
Trabalhadores dos Correios iniciam greve por tempo indeterminado em nove estados, refletindo descontentamento com a gestão da estatal.
Na noite de 16 de dezembro de 2025, um sinal de alerta foi acionado na estatal dos Correios quando trabalhadores de diversos estados decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. Essa decisão, resultado de meses de negociações frustradas e uma crise financeira crescente, foi aprovada em assembleias locais e imediatamente pôs em movimento uma paralisação que abrange pelo menos 12 sindicatos em nove estados, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
O movimento, que entrou em vigor na noite de terça-feira, foi uma forma de os trabalhadores sinalizarem ao governo e à direção da empresa seu descontentamento. Embora a direção dos Correios tenha afirmado que a adesão à greve é parcial e que todas as agências permanecem abertas, a realidade é que muitos serviços essenciais estão operando em regime reduzido. A empresa adotou medidas contingenciais para minimizar os impactos da paralisação, priorizando serviços básicos e redistribuindo equipes.
De acordo com Emerson Marinho, secretário-geral da Fentect, a greve é uma consequência direta da postura da administração dos Correios durante as negociações, que levaram a categoria a antecipar a paralisação originalmente prevista para o dia 23 de dezembro. “Foi uma sinalização clara de descontentamento”, afirmou Marinho em entrevista, destacando que os trabalhadores estão estressados com a situação.
O cerne do conflito reside no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), cuja validade expirou em julho e que tem sido prorrogado sem que um novo acordo tenha sido alcançado. O Tribunal Superior do Trabalho (TST) atua como mediador das negociações, mas até o momento não houve progresso significativo.
As assembleias locais aprovaram paralisações em diversas bases, como Sintect/MG, Sintcom/PR, Sintect/RJ e Sintect/SP, enquanto outras entidades mantêm indicativos de greve caso as negociações não avancem.
As pautas de reivindicações incluem reajuste salarial, reposição da inflação e manutenção de benefícios históricos, como o adicional de 70% nas férias, pagamento de 200% nos finais de semana e o “vale-peru”, um benefício de fim de ano avaliado em R$ 2.500. Para os sindicatos, esses pontos são cruciais para recompor perdas acumuladas ao longo dos anos e preservar direitos conquistados.
A situação financeira da estatal é delicada, com um prejuízo acumulado de R$ 6,1 bilhões até setembro de 2025, o que a direção dos Correios argumenta ser um obstáculo para atender às demandas dos trabalhadores.
Enquanto as negociações continuam, a greve demonstra a crescente tensão entre a gestão da empresa e seus funcionários, com a expectativa de que novas reuniões com representantes do governo federal sejam realizadas em breve.
Fonte: www.moneytimes.com.br



