O Hamas divulgou um novo vídeo nesta sexta-feira (5/9) mostrando reféns israelenses mantidos em Gaza, aumentando a pressão em meio às delicadas negociações de cessar-fogo com Israel. As imagens, amplamente divulgadas, vêm acompanhadas de uma mensagem contundente, alertando que “o tempo está se esgotando” para um acordo.
O grupo palestino, além de exibir os reféns, busca transferir a responsabilidade pela situação para o governo israelense. Em suas mensagens, o Hamas afirma que os reféns são, na verdade, “cativos do próprio governo, de Netanyahu, Ben Gvir e Smotrich”, em uma clara tentativa de influenciar a opinião pública e pressionar por concessões.
No vídeo, dois reféns são identificados: Guy Gilboa-Dalal, de 24 anos, e Alon Ohel. Gilboa-Dalal aparece dentro de um carro, implorando por sua libertação: “Por favor, nos levem de volta”. Alon Ohel também é visto nas imagens, conversando com Gilboa-Dalal em hebraico. A família de Alon Ohel, contudo, não autorizou a divulgação das imagens.
Durante o conflito, a divulgação de vídeos de reféns tem sido uma tática recorrente do Hamas. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, já se manifestou sobre essas divulgações, classificando-as como “guerra psicológica”.
As negociações de cessar-fogo, mediadas pelo Egito, seguem em andamento. Embora o Hamas tenha aceitado a proposta, Israel ainda não se pronunciou sobre a aceitação do acordo. O grupo palestino acusa o governo israelense de não atender às “mínimas necessidades” para um acordo que ponha fim ao conflito na Faixa de Gaza.
Em um tom ameaçador, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, declarou no mês passado que, caso o Hamas não aceite os termos israelenses para um acordo de paz, “as portas do inferno se abrirão para os assassinos e estupradores do Hamas em Gaza, até que aceitem as condições impostas por Israel para encerrar a guerra”. Katz ainda complementou que Gaza, a capital do Hamas, se tornaria Rafah ou Beit Hanoun se as condições não fossem aceitas.