Estudo inédito revela caso de infecção crônica

Pesquisadores revelam caso de homem que ficou 776 dias infectado com Covid-19, um recorde mundial de infecção prolongada.
Pesquisadores dos Estados Unidos relataram o caso mais longo de infecção ativa por Covid-19, com um homem de 41 anos que ficou doente por 776 dias. O paciente, que tinha HIV em estágio avançado e não seguia tratamento regular, começou a apresentar sintomas leves em maio de 2020. O diagnóstico de Covid-19 só foi confirmado em setembro do mesmo ano, e ele nunca se recuperou totalmente.
Análise do caso
O estudo foi publicado na revista The Lancet Microbe e detalha como o sistema imunológico comprometido permitiu a longa permanência do vírus no organismo. Durante o período, os médicos realizaram coletas frequentes de material biológico e identificaram 68 mutações do vírus, que indicam uma adaptação específica ao hospedeiro. Apesar da infecção prolongada, o paciente não transmitiu a doença a outras pessoas, o que levanta questões sobre a transmissibilidade do vírus em infecções crônicas.
Implicações para a saúde pública
O caso ressalta preocupações sobre infecções crônicas e o risco de surgimento de novas variantes do coronavírus. Relatos semelhantes já foram registrados, mas nenhum superou o recorde deste paciente. A análise dos cientistas aponta que o acúmulo de mutações pode gerar linhagens que escapem do sistema imunológico ou das vacinas atuais, o que requer uma vigilância contínua por parte das autoridades de saúde.