O Hotel Colombo, marco histórico de Araxá, Minas Gerais, está novamente disponível em leilão. Construído em 1929 e palco de importantes momentos com figuras como Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e Santos Dumont, o imóvel oferece agora condições facilitadas para aquisição: entrada de 25% e o saldo em até 60 parcelas. O lance inicial é de R$ 2,665 milhões.
Tombado pelo Iphan, o prédio possui mais de 7 mil m², distribuídos em dois blocos principais, capela e piscina. Situado no Complexo do Barreiro, o hotel foi um ponto de referência para a elite mineira por décadas, mas encontra-se fechado desde 2015, quando um incêndio comprometeu sua estrutura.
O leilão, realizado de forma online, recebe propostas até as 9h do dia 20 de agosto. Interessados em conhecer o imóvel devem agendar uma visita com antecedência mínima de três dias úteis.
A Prefeitura de Araxá, proprietária do imóvel desde 2012, busca um comprador que seja, acima de tudo, um restaurador e investidor comprometido. O futuro proprietário deverá seguir as diretrizes de preservação do patrimônio histórico, respeitando o plano diretor municipal, ao mesmo tempo em que terá a possibilidade de explorar áreas ociosas do terreno para o desenvolvimento de novos empreendimentos.
Segundo informações do secretário de Desenvolvimento Econômico, o objetivo da venda é impulsionar o turismo, preservar a história local e dinamizar a economia da região. Os recursos obtidos com a venda do hotel serão destinados a obras de mobilidade urbana e infraestrutura.
Por longos anos, o Colombo foi o coração do turismo em Araxá, recebendo políticos, inventores e famílias tradicionais em seus salões. Contudo, desde o seu fechamento, outras narrativas ganharam força, envolvendo lendas de fantasmas, aparições e ruídos inexplicáveis. Relatos de uma “mulher de branco” vista nos telhados, panelas que se movem sozinhas na antiga cozinha e risos noturnos em quartos desocupados alimentam o imaginário popular.
De acordo com uma ex-coordenadora do hotel, o local seria uma “escola espiritual de seis andares”. Ela menciona um estudo conduzido por um antigo gestor, que teria identificado a presença de 17 espíritos no edifício, incluindo o de um menino que faleceu de meningite e a história de uma misteriosa loira que “bebia com os hóspedes, mas nunca mais era vista”. Embora a prefeitura minimize essas histórias, quem vivenciou o cotidiano do hotel garante que a energia presente no local é palpável.