Organização pede ações internacionais contra abuso de direitos humanos em expulsões massivas de palestinos
HRW acusa Israel de crimes de guerra em expulsão de palestinos na Cisjordânia.
A Human Rights Watch (HRW) acusou Israel de cometer crimes de guerra e crimes contra a humanidade ao expulsar forçosamente dezenas de milhares de palestinos de três campos de refugiados na Cisjordânia, no início de 2025. O relatório, intitulado “Todos os Meus Sonhos Foram Apagados”, foi divulgado nesta quinta-feira (20) e pede ações internacionais urgentes para responsabilizar as autoridades israelenses e prevenir novos abusos.
Situação dos refugiados nos campos de Jenin, Tulkarm e Nur Shams
O documento revela que aproximadamente 32 mil moradores dos campos de Jenin, Tulkarm e Nur Shams foram deslocados à força pelas forças israelenses durante a “Operação Muro de Ferro”, realizada em janeiro e fevereiro. Segundo o relatório de 105 páginas, os deslocados foram impedidos de retornar a suas casas, que foram demolidas, criando uma crise humanitária sem precedentes. “Dez meses após o deslocamento, nenhuma das famílias residentes conseguiu voltar para suas casas”, afirmou Milena Ansari, pesquisadora da HRW.
A resposta do exército israelense e as implicações das Convenções de Genebra
Em resposta às acusações, o exército israelense informou que a demolição das estruturas civis era necessária para evitar que fossem utilizadas por militantes. No entanto, não forneceu informações sobre quando os moradores poderiam retornar. As Convenções de Genebra proíbem o deslocamento de civis de territórios ocupados, exceto em circunstâncias excepcionais. A HRW argumenta que os altos funcionários devem ser processados por esses crimes.
Relatos de violação e destruição
O relatório detalha relatos de invasões em casas, saques e expulsões forçadas através de alto-falantes em drones. Além disso, moradores afirmaram que as forças israelenses não ofereceram abrigo ou assistência, forçando famílias a se aglomerarem em casas de parentes ou a buscarem refúgio em instituições. Hisham Abu Tabeekh, um dos expulsos, mencionou a dificuldade de viver sem suprimentos básicos, enfatizando a gravidade da situação.
Impactos das expulsões e a resposta internacional
A HRW documentou que mais de 850 estruturas foram destruídas, enquanto uma avaliação da ONU apontou para um total de 1.460 edifícios danificados. O grupo caracterizou as expulsões como limpeza étnica, um termo utilizado para descrever a remoção ilegal de populações. Em resposta, as autoridades israelenses alegaram que suas ações visavam elementos terroristas, mas não justificaram as expulsões em massa.
A escalada da violência e a necessidade de intervenção
Desde os ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023, Israel intensificou suas operações na Cisjordânia, resultando na morte de quase mil palestinos, além de uma crescente violência por parte de colonos. A HRW instou os governos a impor sanções direcionadas a autoridades israelenses e a suspender vendas de armas. O grupo enfatiza que a comunidade internacional deve agir para evitar novas violações de direitos humanos na região.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br
Fonte: s via CNN Newsource