Hugo Motta rompe com líderes do PT e PL em sequência de atritos

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, encerra relações com Farias e Cavalcante em meio a tensões políticas

Hugo Motta rompeu com os líderes do PT e do PL, refletindo tensões políticas na Câmara.

No dia 25 de novembro de 2025, Hugo Motta (Republicanos), presidente da Câmara dos Deputados, confirmou seu rompimento com o líder do PT, Lindbergh Farias (PT-RJ), apenas um dia após a separação com o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). Essa decisão reflete um clima de crescente tensão política na Casa, onde Motta se mostrou cansado das tentativas de polarização que, segundo ele, têm causado tumultos desnecessários.

De acordo com fontes próximas a Motta, a decisão de romper com Cavalcante foi motivada por descontentamentos relacionados a críticas feitas publicamente pelos dois líderes, que frequentemente atribuíam declarações e posicionamentos a Motta que não condiziam com sua visão. “O presidente da Câmara não se sente mais confortável com a dinâmica imposta por esses líderes e decidiu que não deve ser parte disso”, destacou um interlocutor.

Críticas e pressão da oposição

A situação se agravou após a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, quando a oposição começou a aumentar a pressão sobre Motta para que a pauta da anistia fosse discutida na Câmara. Apesar das insistências, Motta avaliou que não era o momento adequado para levar a questão à votação, uma vez que as tensões entre os líderes eram palpáveis. No entanto, a insistência da oposição e as críticas veladas de Farias e Cavalcante tornaram-se um fator decisivo para o rompimento.

Em entrevista ao Metrópoles, Motta relatou que as declarações de Farias, que acusou o presidente da Câmara de transformar o PL Antifação em uma “lambança”, foram particularmente irritantes. Essa afirmação, que surgiu em um contexto de disputas internas na Câmara, foi vista como um ataque direto à sua liderança e condução dos trabalhos legislativos.

Repercussões e possíveis consequências

Após os rompimentos, Motta não demonstrou interesse em retomar relações com Farias ou Cavalcante, afirmando que, na sua visão, o governo é quem precisa dele e não o oposto. Essa postura pode indicar uma nova fase na articulação política dentro da Câmara, onde Motta pretende adotar uma posição mais independente, sem depender das lideranças dos partidos.

O líder do PL, Sóstenes Cavalcante, reagiu ao rompimento, afirmando que, caso a questão da anistia não seja votada em breve, a sigla pode adotar novas medidas de obstrução, semelhantes às ações realizadas em agosto, quando a base de Bolsonaro impediu a votação de importantes projetos na Câmara. Essa dinâmica promete acirrar ainda mais os ânimos entre os partidos e a presidência da Câmara.

Conclusão

O cenário político brasileiro, especialmente dentro da Câmara dos Deputados, continua complexo e volátil. Os rompimentos de Hugo Motta com os líderes do PT e PL evidenciam uma insatisfação com as estratégias de polarização que têm dominado o cenário político atual. O desfecho desses conflitos poderá impactar diretamente a condução de pautas importantes e a articulação entre os diversos atores políticos nos próximos meses.

PUBLICIDADE

VIDEOS

Relacionadas: