Hungria alerta que romper contratos com a Rússia pode custar caro à UE

KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografo

Ministro húngaro critica proposta da Comissão Europeia sobre fornecimento de gás

Hungary warns EU about high costs of breaking energy contracts with Russia.

Hungria alerta sobre custos de romper contratos com a Rússia

Na segunda-feira (20/10), o ministro das Relações Exteriores e Comércio da Hungria, Peter Szijjarto, fez um alerta em relação às consequências que países da União Europeia (UE) podem enfrentar ao romper contratos de longo prazo com a Rússia. Segundo Szijjarto, essa decisão poderá resultar em multas significativas, especialmente em função do novo plano energético proposto por Bruxelas, que visa o fim total das importações russas até 2028.

Críticas à proposta da Comissão Europeia

Szijjarto enfatizou que a Hungria continuará a receber petróleo e gás da Rússia, com contratos válidos por mais alguns anos, e não pretende encerrá-los unilateralmente. Ele criticou a proposta da Comissão Europeia, que determina que os países-membros devem rejeitar completamente o fornecimento russo a partir de 1º de janeiro de 2028. A proposta, segundo ele, carece de clareza sobre os mecanismos para a rescisão dos contratos já existentes.

Oposição de outros países

Além da Hungria, a Eslováquia também tem contratos de longo prazo com empresas russas e expressou resistência à proibição de fornecimento. Em setembro, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, já havia declarado que o país não interromperia suas compras de petróleo russo, alegando que isso causaria um “desastre” econômico.

Reunião em Luxemburgo

Durante uma reunião em Luxemburgo, os ministros de energia da UE aprovaram uma posição conjunta sobre o plano RePowerEU, que visa reduzir a dependência europeia dos combustíveis fósseis russos até o final de 2027. Essa decisão, que ainda precisa da aprovação do Parlamento Europeu, estabelece que o fornecimento de gás russo sob contratos de curto prazo deve ser interrompido até junho de 2026, enquanto a proibição de contratos de longo prazo entrará em vigor em janeiro de 2028.

Pressão dos EUA

A iniciativa europeia ocorre sob pressão dos Estados Unidos, que incentivam os países do bloco a acelerar o rompimento dos laços energéticos com Moscou e a aumentar as importações de gás natural liquefeito (GNL) americano. Atualmente, a Rússia é responsável por cerca de 15% do GNL consumido na Europa, tornando-se o segundo maior fornecedor do combustível no continente, atrás apenas dos Estados Unidos.

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