Hungria redireciona verba para o Líbano e não para a Ucrânia

Mateusz Wlodarczyk/NurPhoto via Getty Images

Ministro húngaro reafirma foco na estabilidade do Oriente Médio em detrimento do financiamento militar à Ucrânia

Hungria decide destinar 1,5 milhão de euros a forças do Líbano, ignorando apoio à Ucrânia.

Hungria redireciona verba que iria para a Ucrânia

A Hungria decidiu, nesta sexta-feira (14/11), que sua contribuição de 1,5 milhão de euros ao Mecanismo Europeu de Paz não será destinada à Ucrânia, mas sim às Forças Armadas do Líbano. A confirmação foi feita pelo ministro das Relações Exteriores húngaro, Peter Szijjarto, após uma reunião em Beirute com o chanceler libanês, Youssef Rajji. Szijjarto ressaltou que a prioridade de Budapeste é a estabilidade do Oriente Médio, enfatizando que não se trata de “financiar a guerra” na Ucrânia.

Postura do governo húngaro em relação à Ucrânia

A decisão da Hungria não surpreende, dado que sob a liderança do primeiro-ministro Viktor Orbán, o país tem se posicionado firmemente contra o uso do fundo da UE para financiar assistência militar à Ucrânia. Orbán já havia declarado anteriormente que a entrada da Ucrânia na União Europeia poderia envolver os europeus em uma “guerra direta” com a Rússia, afirmando que isso obrigaria a Hungria a assumir “encargos da guerra”, incluindo o envio de tropas em caso de escalada do conflito.

Declarações de Viktor Orbán sobre a situação da Ucrânia

Em declarações recentes, Orbán não hesitou em afirmar que a Ucrânia enfrenta um destino muito difícil e questionou: “Por que deveríamos compartilhar esse destino? […] Não queremos morrer pela Ucrânia”. Além disso, ele criticou os planos da UE de manter apoio militar e financeiro de longo prazo ao governo de Volodymyr Zelensky, considerando essa estratégia uma “ilusão” baseada na expectativa errônea de que a economia russa entraria em colapso.

Implicações da decisão húngara

As críticas do governo húngaro ocorrem em um momento em que o Conselho Europeu tenta avançar nas negociações para a adesão formal da Ucrânia e da Moldávia à União Europeia, processo iniciado em 2024. Até o momento, a Ucrânia não conseguiu abrir nenhum dos seis grupos de trabalho necessários para alinhar sua legislação às normas do bloco, o que complica ainda mais sua integração.

A posição da Hungria reforça uma linha de resistência dentro da União Europeia, onde alguns países se mostram relutantes em fornecer apoio militar direto à Ucrânia. A decisão de redirecionar a verba para o Líbano pode indicar um foco estratégico em outras áreas geopolíticas, além de uma maneira de distanciar-se da crescente tensão entre a Rússia e o Ocidente. Essa mudança pode ter repercussões significativas nas dinâmicas de apoio militar e financeiro dentro da União Europeia e na relação da Hungria com seus aliados.

A Hungria, que já enfrentou críticas por suas posições em relação à Ucrânia, mantém uma postura firme, reafirmando seu compromisso com a estabilidade regional no Oriente Médio em detrimento do apoio a Kiev. À medida que a situação na Ucrânia evolui, as decisões de países como a Hungria continuarão a moldar o cenário político europeu e global.

Fonte: www.metropoles.com

Fonte: Mateusz Wlodarczyk/NurPhoto via Getty Images

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