Biotecnologia reduz pegada de carbono e aumenta produtividade
A inseminação artificial em tempo fixo (IATF) reduz em até 49% a pegada de carbono na produção de carne bovina, segundo pesquisa da USP.
A redução da pegada de carbono na produção de carne bovina é um dos principais benefícios da inseminação artificial em tempo fixo (IATF), segundo estudo da Universidade de São Paulo (USP). A pesquisa, realizada em parceria com a GlobalGen e a Embrapa, abrangeu 595 mil vacas em lactação e quatro milhões de vacas de corte, e demonstrou que sistemas de produção mais eficientes estão associados a uma menor pegada de carbono.
Impacto significativo na pegada de carbono
Os resultados da pesquisa indicam que a adoção da IATF pode resultar em uma redução de 49% na pegada de carbono do gado de corte e de 37% na pecuária leiteira. O doutor Pietro Baruselli, professor da USP e um dos autores do estudo, afirma que a IATF melhora a eficiência reprodutiva, diminui a idade ao primeiro parto e aumenta a taxa de desmame, encurtando o ciclo de produção. Essa biotecnologia é uma ferramenta valiosa para o pecuarista, já que a redução na pegada de carbono equivale a retirar 850 mil carros de circulação e preservar 200 mil hectares de florestas.
Benefícios econômicos da IATF
Além do impacto ambiental, a IATF também traz ganhos econômicos. Para cada R$ 1 investido na técnica, o produtor pode ter um retorno que varia entre R$ 4 a R$ 6. A principal contribuição da IATF ocorre na fase de cria, que ocupa cerca de 70% da terra na pecuária brasileira. Com a otimização da produção de bezerros, a pesquisa revela um aumento de 27% na produtividade da carne e de 25% no leite.
Recomendações para pecuaristas
Os pecuaristas que iniciam a estação de monta devem programar o uso da IATF logo após o parto. A adoção de protocolos que sincronizam rapidamente as vacas pode resultar em bezerros nascidos na melhor época do ano, otimizando recursos naturais. A IATF também facilita a introdução de genética de qualidade no rebanho, produzindo animais mais eficientes em conversão alimentar e ganho de peso. Essa combinação de eficiência e sustentabilidade é essencial para o futuro da pecuária brasileira, demonstrando que é possível produzir alimentos em harmonia com o meio ambiente.