Mercado reage à análise técnica do BTG Pactual e declarações do presidente do Banco Central sobre Selic
Ibovespa futuro caiu 0,40% nesta segunda-feira, enquanto dólar futuro se manteve estável em R$ 5,333, influenciados por análises técnicas e declarações do Banco Central.
Ibovespa futuro cai 0,40% em movimento de realização nesta segunda-feira (1)
O Ibovespa futuro, principal indicador do mercado acionário brasileiro para dezembro, registrou recuo de 0,40%, encerrando o dia aos 159.570 pontos. Segundo análise técnica do BTG Pactual, o índice se aproximou de um suporte de correção em 158.495 pontos, apontando para um possível movimento corretivo. O Índice de Força Relativa (IFR) indica que o ativo está em região de sobrecompra, mas não compromete a tendência positiva presente nos prazos curto, médio e longo.
O BTG Pactual destaca que, enquanto o gráfico mantiver-se construtivo, o próximo alvo técnico está projetado em 164.000 pontos, correspondente à última pernada de alta. Esta perspectiva mantém os investidores atentos ao comportamento do índice nos próximos pregões.
Dólar futuro estabiliza enquanto mercado aguarda decisões do Fed
O dólar futuro para dezembro fechou estável em R$ 5,333, refletindo um padrão gráfico de triângulo simétrico, caracterizado por topos descendentes e fundos ascendentes, um clássico padrão de consolidação antes de um rompimento relevante no gráfico de 60 minutos.
No âmbito internacional, o mercado acompanha a expectativa pelo discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. O índice DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis moedas globais como o euro e a libra, operou em leve baixa de 0,05%, apontando 99.402 pontos, sinalizando cautela dos investidores diante da indefinição sobre a trajetória dos juros nos Estados Unidos.
Repercussão das declarações do presidente do Banco Central brasileiro
No plano doméstico, as movimentações do Ibovespa futuro e dólar futuro foram influenciadas pelas declarações do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Em evento promovido pela XP, em São Paulo, Galípolo reafirmou que a taxa Selic deve permanecer em 15% ao ano enquanto não houver sinais claros de melhora no cenário inflacionário.
Ele ressaltou a continuidade da política monetária restritiva e enfatizou que não há novidades que possam alterar a manutenção da taxa básica de juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para quarta-feira. Segundo o presidente, a política monetária continuará restritiva pelo tempo necessário para garantir o controle da inflação.
Influências externas e movimentos das moedas
Além do cenário local, o dólar sofreu pressão pela perspectiva de aumento dos juros no Japão, que fez o iene subir 0,4% na sessão, atingindo a máxima de 155,49 por dólar. Essa valorização do iene contra o dólar contribuiu para a queda do índice DXY até 99,009 pontos (-0,45%).
Também é importante observar que nos últimos dias diretores do Federal Reserve apresentaram declarações divergentes, o que elevou as apostas para um possível corte dos juros na próxima reunião do FOMC, entre 9 e 10 de dezembro, aumentando a volatilidade e expectativa no mercado internacional.
Perspectivas para investidores e próximos passos
Com o Ibovespa futuro em tendência positiva, ainda que em fase de correção, e o dólar futuro estabilizado, os investidores acompanham atentamente indicadores técnicos e sinais dos bancos centrais. O cenário permanece volátil, influenciado por eventos globais e decisões domésticas sobre política monetária.
O próximo encontro do Copom e o discurso de Powell são aguardados como eventos-chave para definir os rumos dos juros e, consequentemente, os movimentos dos mercados financeiros, particularmente no Brasil e Estados Unidos. Essa dinâmica exige cautela e monitoramento constante por parte dos agentes econômicos.
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Imagem: Trader operando no mercado de Ibovespa futuro.
Fonte: www.moneytimes.com.br