Cenário eleitoral e realização de lucros pressionam o índice.
O Ibovespa recuou 0,8%, pressionado por incertezas sobre juros e o cenário eleitoral de 2026.
O Ibovespa fecha em queda nesta quarta-feira (17), apresentando um recuo de 0,8%, o que representa uma queda para 157.304,02 pontos. Este movimento é impulsionado por uma combinação de incertezas em relação ao futuro da taxa de juros no Brasil e nos Estados Unidos, além de um aumento nas preocupações com o cenário eleitoral de 2026, provocando uma nova onda de realização de lucros após os altos ganhos acumulados ao longo de 2025.
O impacto da política monetária
A oscilação do mercado foi significativa, com o índice variando entre 156.350,81 e 158.610,62 pontos ao longo do dia. Apesar do ajuste, o Ibovespa ainda apresenta uma alta superior a 30% no ano, especialmente após ter superado os 165 mil pontos no início de dezembro. O volume financeiro foi expressivo, alcançando R$ 29,4 bilhões, influenciado também pelo vencimento de opções sobre o índice e contratos futuros.
A tensão no mercado financeiro é refletida na curva de juros, que se abriu, e na valorização do dólar. A análise do cenário eleitoral, especialmente com a crescente candidatura do senador Flávio Bolsonaro à presidência, traz incertezas que podem impactar negativamente a percepção de risco e, por consequência, os ativos locais. A fala do presidente do PP, Ciro Nogueira, indicando que Tarcísio tentará a reeleição em São Paulo e que Flávio deve realmente concorrer ao Planalto, intensificou os temores do mercado.
A curva de juros e as expectativas
A expectativa de cortes na taxa Selic, atualmente em 15% ao ano, foi reduzida. A curva de juros precificava apenas 40% de chance de uma redução de 25 pontos-base na próxima reunião de janeiro, uma queda significativa em relação aos 65% observados anteriormente. Essa mudança de perspectiva está ligada à insegurança política e à falta de soluções fiscais claras para os próximos anos.
Na madrugada de quarta-feira, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto que reduz em 10% os benefícios fiscais para vários setores e aumenta a tributação sobre apostas e fintechs, um movimento que também pode impactar o cenário econômico e a confiança do investidor.
O que esperar do mercado
Com a pressão política e as incertezas em relação à política monetária, o mercado deve continuar a monitorar os desdobramentos da candidatura de Flávio Bolsonaro e as decisões do Banco Central. A possibilidade de cortes na Selic ainda não pode ser completamente descartada, mas a tendência atual sugere um cenário cauteloso para os investidores. O próximo mês será crucial para definir a direção dos mercados e a resposta às pressões políticas e econômicas em curso.
Fonte: www.moneytimes.com.br



