Índice avança com possíveis mudanças no cenário político e decisão monetária à vista

Ibovespa avança após forte queda, impulsionado por desdobramentos políticos e expectativa por decisão do Copom.

Ibovespa recupera terreno após forte queda

Na última segunda-feira (8), o Ibovespa (IBOV) apresentou uma recuperação significativa de 0,52%, fechando a 158.187,43 pontos, após ter perdido mais de 7 mil pontos em uma única sessão. Essa recuperação é vista como uma resposta ao cenário político em evolução no Brasil e à expectativa quanto à “Super Quarta”, um dia marcado pela nova rodada de decisões de política monetária tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

Contexto político influencia o mercado

No cenário doméstico, a possível desistência de Flávio Bolsonaro (PL) da pré-candidatura à presidência nas próximas eleições gerou alívio entre os investidores. Durante o fim de semana, o senador comentou sobre a possibilidade de renunciar à candidatura em troca de apoio político para sua defesa e dos envolvidos nos atos de janeiro de 2023, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Essa movimentação política trouxe um ambiente de incerteza, mas também de oportunidade, com analistas aventando que a desistência pode ajudar a consolidar alianças mais robustas dentro do campo da direita.

Expectativa pela decisão do Copom

Os investidores estão particularmente atentos à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, marcada para a próxima quarta-feira (10). Embora a expectativa atual seja de manutenção da taxa Selic em 15% ao ano, os participantes do mercado estão à espera de indícios sobre um possível afrouxamento monetário em 2026, especialmente após a divulgação de dados econômicos mais fracos na semana passada. O mercado também observa as repercussões na política monetária dos Estados Unidos, onde o Federal Reserve deve anunciar sua decisão de juros na mesma semana.

Destaques do Ibovespa

Entre as ações que mais se destacaram no Ibovespa, a resseguradora IRB (Re) (IRBR3) teve um desempenho notável, aumentando mais de 10% após o JP Morgan elevar sua recomendação de neutra para compra. O banco também ajustou o preço-alvo para 2026 de R$ 54 para R$ 64 por ação, o que sugere um potencial de valorização de aproximadamente 33%.

Por outro lado, a Hapvida (HAPV3) enfrentou dificuldades, caindo devido a uma determinação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para que a empresa revisasse seu balanço regulatório, o que exigia um ajuste de quase R$ 866 milhões relacionados ao Programa Desenrola. Essa notícia pressionou as ações da operadora de saúde e contribuiu para um fechamento negativo em seu valor de mercado.

Movimentações internacionais impactam o cenário

Os índices dos Estados Unidos também apresentaram um fechamento negativo, com a expectativa de decisão monetária do Federal Reserve. O Dow Jones caiu 0,45%, o S&P 500 recuou 0,35%, e o Nasdaq diminuiu 0,14%. A ferramenta FedWatch indicava que a probabilidade de redução de juros pelo Fed chegou a 89,6%, com o mercado focado nas diretrizes que seguirão essa decisão.

No contexto europeu, os índices fecharam em sua maioria em baixa, enquanto o índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou com uma leve queda de 0,07%. Na Ásia, os resultados foram mistos, com o Nikkei japonês avançando 0,18%, enquanto o Hang Seng de Hong Kong caiu 1,23%.

Em suma, o Ibovespa demonstra resiliência em um cenário repleto de incertezas políticas e econômicas, e a expectativa pela “Super Quarta” promete acrescentar mais volatilidade aos próximos dias no mercado financeiro.

Fonte: www.moneytimes.com.br