Uma análise das consequências das demissões em massa na administração pública
Demissões em massa e mudanças na gestão pública marcam os servidores federais em 2025 sob Trump.
O retorno de Donald Trump à presidência em 2025 trouxe mudanças drásticas para os servidores federais, que enfrentaram demissões em massa e um ambiente de trabalho cada vez mais hostil. A situação se agravou com a criação de novas diretrizes que geraram insegurança e desmotivação, levando muitos a abandonar suas funções e outros a serem demitidos.
O cenário pós-contratação
Em um cenário que deveria ser de estabilidade e segurança, os servidores federais se viram em meio a um turbilhão. A demissão de cerca de 317 mil funcionários até o final de 2025, conforme dados do Office of Personnel Management, ilustra a magnitude da crise. Ex-funcionários como Liz Goggin, que trabalhou por mais de uma década na Veterans Health Administration, relataram experiências dolorosas ao deixar a carreira pública. “Eu sentia uma tristeza real ao perceber que não poderia mais ajudar aqueles que tanto precisavam,” desabafa Goggin.
A pressão sobre os funcionários
A pressão aumentou com a imposição de novas exigências, como relatórios semanais de desempenho, que deixaram muitos funcionários inseguros sobre o que era esperado deles. Goggin menciona que tais demandas, somadas a um clima de desconfiança, tornaram o ambiente insustentável. “A moral estava muito baixa,” afirma.
A situação de Mahri Stainnak, que foi demitido após anos de serviço na área de diversidade, equidade e inclusão, é emblemática. Stainnak, que se dedicava a conectar grupos sub-representados à força de trabalho federal, se viu forçado a entrar em uma ação coletiva contra o governo por discriminação. “Os desafios são imensos, e o mercado de trabalho está difícil,” lamenta.
A resistência e os impactos
As demissões e as novas diretrizes não apenas impactaram diretamente os servidores, mas também levantaram questões sobre a moralidade e a eficácia da administração pública. Vários analistas, como Max Stier, presidente da Partnership for Public Service, alertaram para o risco de retrocessos em décadas de progresso na gestão pública. “Estamos voltando a um sistema de patronagem que não se via desde o século XIX,” critica Stier.
Embora a administração de Trump afirme que está promovendo a eficiência, os críticos afirmam que as mudanças estão queimando as estruturas que sustentam o serviço público. Keri Murphy, outra ex-funcionária, expressa frustração ao lembrar de sua própria experiência de demissão após receber um prêmio por desempenho. “Fui demitida sem justificativa, e agora estou lutando para encontrar um novo emprego.”
A situação revela um panorama sombrio para o serviço público nos EUA, onde a segurança no emprego e a capacidade de servir a população estão em risco. A luta de Goggin, Stainnak e Murphy é apenas uma das muitas histórias que ilustram o impacto humano das políticas de Trump na administração pública. Com a esperança de um futuro mais estável, muitos ainda olham para a possibilidade de retornar ao serviço público, mas sob condições muito diferentes.
Fonte: www.npr.org
Fonte: Liz Goggin (left



