Imparcialidade de Moraes sob análise: defesa de Bolsonaro

Entrevista revela os argumentos fracos da defesa do ex-presidente

A defesa de Bolsonaro questiona a atuação de Moraes, mas seus argumentos são considerados frágeis por especialistas.

Imparcialidade de Moraes sob análise

A atuação do ministro Alexandre de Moraes como relator das ações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro levanta debates sobre sua imparcialidade. Em entrevista à jornalista Marcela Rahal, no programa Ponto de Vista, o advogado e professor de Direito Processual Penal da PUC-PR, Gabriel Bertin de Almeida, avaliou que não havia vínculo anterior que justificasse seu impedimento.

Argumentos da defesa

Em sua avaliação, Almeida afirmou que “quando Alexandre assumiu a relatoria, não se percebia nenhuma inimizade capital ou vínculo prévio que o tornasse suspeito”. Ele explicou que a condição de Moraes como alvo de críticas surgiu em decorrência da sua função como relator e que poderia haver uma necessidade de afastamento para evitar questionamentos sobre sua imparcialidade. No entanto, ele acrescenta que essa suspeição pode ser cultivada pelas partes interessadas como estratégia.

O dilema da celeridade processual

Outro ponto levantado pela defesa de Bolsonaro é o suposto cerceamento de defesa diante do volume de provas produzidas. Almeida destacou que, apesar das queixas sobre a falta de acesso ao material, essa situação é comum em grandes operações que envolvem quebras de sigilo e apreensões digitais. Ele ponderou que a Justiça tende a manter um ritmo acelerado nos julgamentos, especialmente em casos que envolvem réus presos, justificando a tramitação mais rápida no caso atual.

Futuro do julgamento

Almeida concluiu que as alegações de suspeição e cerceamento de defesa fazem parte da estratégia da defesa para enfraquecer o processo, mas que “dificilmente prosperarão”. Ele acredita que, apesar do espaço para debate jurídico, não existem indícios de nulidade flagrante, e o Supremo deve seguir adiante com o julgamento.

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