Impasse no financiamento climático marca última semana da COP30

Centro de Convenções para a COP30, em Belém  • (Sergio Moraes/COP30)

Negociações seguem sem consenso entre países ricos e em desenvolvimento em Belém

Na COP30, o financiamento climático continua a ser um ponto crítico nas negociações entre países.

Impasse no financiamento climático na COP30

Na última semana da COP30, realizada em Belém, o financiamento climático continua a ser um tema central e polêmico nas negociações. O impasse se estabelece entre países ricos e em desenvolvimento, refletindo divergências sobre a necessidade de investimentos e metas a serem cumpridas.

Os países desenvolvidos exigem a definição de metas mais rigorosas para combater o aquecimento global, além de uma maior transparência na divulgação de dados. Em contrapartida, as nações em desenvolvimento argumentam que não poderão avançar em suas metas sem o apoio financeiro adequado das potências.

A posição do Brasil e o clamor por investimento

Nesta segunda-feira (17), o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin (PSB), fez um apelo por um aumento no financiamento destinado ao combate das mudanças climáticas. Ele destacou que o tempo de promessas acabou e que a transição energética deve ser justa, beneficiando todas as regiões e gerando emprego e desenvolvimento.

O discurso de Alckmin foi apoiado por Annalena Baerbock, presidente da Assembleia Geral da ONU, que enfatizou a necessidade de redirecionar o capital disponível. “O dinheiro existe, ele simplesmente precisa ser redirecionado. No contexto atual de abundância, o problema não é a capacidade do capital, mas sim a direção que ele toma”, afirmou.

Desafios no financiamento e a crítica à lentidão das negociações

Apesar das declarações, a circulação de capital para os projetos climáticos na COP30 ainda enfrenta desafios significativos. Até o momento, apenas US$ 200 bilhões foram destinados ao combate à crise climática, o que representa apenas 23% do que é considerado necessário anualmente para a próxima década. Esse montante foi majoritariamente fornecido por bancos multilaterais e investidores privados, sem o apoio financeiro direto de países, devido à falta de um acordo.

O secretário executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, Simon Stiell, também expressou suas preocupações sobre a lentidão das decisões. “O ritmo das mudanças na economia real não está sendo acompanhado pelo progresso nas negociações. O espírito está presente, mas a velocidade não”, disse Stiell.

A importância da participação política

Durante esta fase decisiva das negociações, mais de 150 ministros de diferentes países se reúnem em Belém para tentar desbloquear os investimentos e a pauta da COP. A última semana da conferência promete ser repleta de negociações intensas, com a maioria dos ministros recebendo autorização de seus líderes para buscar acordos em questões delicadas onde as áreas técnicas não conseguiram avançar.

Para evitar um impasse, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participará do evento nesta quarta-feira (19). Diplomatas consideram que a presença do presidente pode ser crucial para impulsionar a agenda e as negociações. Lula também deverá trabalhar para incluir na declaração final da COP uma referência ao caminho para a eliminação dos combustíveis fósseis, uma questão que se tornou central na sua atuação desde a Cúpula dos Líderes.

As próximas horas serão decisivas para determinar se as negociações avançarão ou se continuarão estagnadas, refletindo a complexidade da luta contra as mudanças climáticas em um contexto global.

Fonte: www.cnnbrasil.com.br

Fonte: Centro de Convenções para a COP30, em Belém  • (Sergio Moraes/COP30)

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