Incertezas no mercado financeiro afetam juros nos EUA e Brasil

14 de nov. de 2025 07 06 18 Brazil Economy

Análise sobre o comportamento do mercado diante das expectativas de cortes na taxa de juros

O mercado financeiro enfrenta incertezas sobre cortes nos juros tanto nos EUA quanto no Brasil.

Incertezas dominam o cenário financeiro em relação aos juros EUA e Brasil

O mercado financeiro chega ao fim da semana sem convicção alguma em relação a cortes nos juros do Brasil e dos Estados Unidos. Em um contexto onde as expectativas estão divididas, o presidente do Banco Central brasileiro, Gabriel Galípolo, trouxe à tona preocupações que impactaram diretamente a confiança dos investidores. A incerteza se reflete na correção dos preços dos ativos de risco, que continuou em trajetória negativa, especialmente após as recentes quedas nas bolsas internacionais.

Impactos da queda nos índices de Wall Street

O Ibovespa, apesar das adversidades, conseguiu se segurar em meio a perdas acentuadas em Wall Street. O Dow Jones, por exemplo, viu um tombo significativo um dia após atingir um novo recorde, representando uma situação incomum, sendo apenas a décima vez nos últimos 20 anos que o índice norte-americano caiu mais de 1% após uma máxima histórica. No câmbio, o dólar se firmou na faixa de R$ 5,30, enquanto os juros futuros curtos mantiveram-se estáveis, sinalizando uma pausa nas expectativas de movimentação.

Expectativas de juros nos EUA e suas consequências

A principal preocupação do mercado doméstico está voltada para o Federal Reserve. As apostas sobre a decisão de dezembro estão divididas, com a possibilidade de manutenção da taxa atual de 4% ganhando força. A incerteza aumentou após a Casa Branca afirmar que os dados sobre emprego e inflação de outubro não devem ser divulgados, um reflexo do prolongado shutdown que afetou os Estados Unidos. Essa incerteza gera um impacto direto na percepção do mercado sobre os próximos movimentos da política monetária.

Cenário de juros e a alocação de recursos

Com os juros estáveis tanto nos EUA quanto no Brasil, a estratégia de alocação baseada no carry trade continua a favorecer os negócios locais. O diferencial de taxas de juros se mantém atrativo, incentivando a entrada de recursos estrangeiros no Brasil, ao mesmo tempo que dificulta o hedge cambial. Essa dinâmica ajudou a amortecer o impacto das oscilações externas sobre os ativos brasileiros, permitindo que o mercado se mantenha relativamente estável.

O futuro da taxa Selic

Apesar das incertezas, o mercado já parece considerar que o caminho da taxa Selic é para baixo. Embora Galípolo tenha negado a possibilidade de um corte em janeiro, muitos analistas não descartam um ciclo de queda ao longo de 2026. A grande questão permanece: quando essa movimentação começará, a que ritmo e em que magnitude, especialmente com a corrida presidencial se aproximando.

Oportunidades em meio à correção

Diante de tantas incertezas, o espaço para consolidar os ganhos recentes ainda está presente. O cenário atual oferece uma oportunidade para aqueles que não participaram do rali histórico da bolsa brasileira. A expectativa de juros mais baixos, tanto localmente quanto no exterior, pode atuar como um gatilho para a renda variável, estimulando novas entradas de investidores.

Queda nas bolsas internacionais

Os futuros das bolsas de Nova York amanheceram em queda, sinalizando uma ampliação das perdas da véspera, à medida que as dúvidas sobre cortes de juros em dezembro persistem. Na Europa, o clima também é negativo, refletindo a cautela dos investidores. Na Ásia, a situação não é diferente, com a produção industrial na China caindo para o menor nível em 14 meses, e as vendas no varejo apresentando o crescimento mais fraco desde agosto de 2024.

Movimentações nas commodities e moedas

Entre as moedas, o dólar avança em relação a suas rivais. No mercado de commodities, o petróleo apresenta alta, enquanto o minério de ferro negociado em Dalian (China) fechou em leve baixa, encerrando a semana cotado a US$ 107,45 a tonelada métrica. O ouro e o Bitcoin também registraram quedas, refletindo um ambiente de cautela e aversão ao risco.

Dados econômicos a serem divulgados

  • 8h – Brasil: IGP-10 (novembro)
  • 9h – Brasil: Pnad (setembro)
  • 10h – Brasil: Prisma Fiscal – Fazenda

As empresas BrasiL: Azul (antes de abertura), AgroGalaxy, Cosan, Lojas Marisa, Raízen, Rumo e Ser Educacional apresentarão resultados após o fechamento do mercado.

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