A influência de Dick Cheney na presidência de Donald Trump

Mathew Cavanaugh/EPA

Como o ex-vice-presidente moldou o poder executivo americano

Dick Cheney, ex-vice-presidente dos EUA, é visto como o arquétipo que moldou a presidência de Donald Trump, expandindo os poderes executivos.

Em 11 de setembro de 2001, o atentado terrorista trouxe um novo olhar sobre o poder executivo nos Estados Unidos, um aspecto que Dick Cheney, ex-vice-presidente, ajudou a moldar para a presidência de Donald Trump. Cheney, que faleceu na segunda-feira aos 84 anos, é frequentemente descrito como o “padrinho da presidência de Trump” devido à sua defesa da teoria do executivo unitário, que almeja um controle total do presidente sobre o poder executivo.

O legado de Cheney e a expansão dos poderes presidenciais

Cheney, que serviu sob George W. Bush, é uma figura polarizadora, reconhecida tanto por suas contribuições à política americana quanto por suas decisões controversas, como a invasão do Iraque. Após os ataques de 11 de setembro, ele utilizou a crise como um meio para ampliar os poderes do executivo, um legado que Trump agora explora. Comentadores como Larry Jacobs, do Centro de Estudos de Política e Governança da Universidade de Minnesota, afirmam que Cheney estabeleceu as bases para a abordagem autoritária que Trump adotou.

A teoria do executivo unitário

A teoria do executivo unitário, defendida por Cheney, propõe que o presidente deve ter controle total sobre o executivo, eliminando a independência de diversas instituições governamentais. Essa ideia foi crucial durante a administração Bush, especialmente na implementação da Patriot Act, que ampliou os poderes de vigilância do governo. A partir disso, Cheney tornou-se uma figura central na discussão sobre o equilíbrio de poderes entre o executivo e o legislativo, algo que ressoa até hoje nas decisões e ações de Trump.

Críticas e diferenças entre Cheney e Trump

Embora Cheney tenha criticado Trump por suas ações, muitos analistas destacam que, enquanto Cheney buscava um fortalecimento institucional para a segurança nacional, Trump parece aproveitar esse poder para fins pessoais. A diferença fundamental reside na intenção: Cheney desejava preservar a instituição da presidência, enquanto Trump está ampliando seu próprio poder sem restrições. Essa dinâmica tem gerado um debate intenso sobre os limites do poder executivo e seu impacto na democracia americana.

O futuro do poder executivo nos EUA

A luta pela teoria do executivo unitário continua a se desenrolar no Supremo Tribunal dos EUA, com decisões recentes indicando uma tendência em direção a um maior poder presidencial. À medida que Trump avança com suas ações unilaterais, o legado de Cheney se torna um ponto central nas discussões sobre o futuro da governança americana e o papel do Congresso. A relação complexa entre esses dois líderes reflete uma era de transformação e desafios contínuos para a democracia nos Estados Unidos.

Fonte: www.theguardian.com

Fonte: Mathew Cavanaugh/EPA

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