INSS autoriza R$ 12 bilhões em empréstimos consignados para crianças

VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

Cerca de 763 mil empréstimos em nome de menores estão ativos, com média de R$ 16 mil.

INSS liberou R$ 12 bilhões em empréstimos consignados em nome de crianças, com média de R$ 16 mil por contrato.

Empréstimos consignados para crianças: um problema crescente

Em 17 de novembro de 2025, o presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller Júnior, revelou que o órgão liberou cerca de R$ 12 bilhões em empréstimos consignados em nome de crianças e adolescentes. Atualmente, existem cerca de 763 mil empréstimos consignados ativos, com um valor médio de R$ 16 mil por contrato.

Gilberto Waller Júnior assumiu a presidência do INSS após a demissão de Alessandro Stefanutto, que foi preso devido a um escândalo de descontos indevidos nas aposentadorias. Este escândalo, revelado em uma série de reportagens, levantou preocupações sobre a proteção dos direitos dos segurados, especialmente de menores de idade.

O impacto das fraudes e a resposta do INSS

As investigações mostraram que a arrecadação com descontos em aposentadorias subiu drasticamente, atingindo R$ 2 bilhões em um ano. Essa situação fez com que a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal (PF) intervenham, levando à abertura de inquéritos e à Operação Sem Desconto, que resultou em demissões no alto escalão do INSS.

O INSS autorizou empréstimos que estão sendo quitados através de descontos em benefícios destinados a crianças e adolescentes. Apesar de uma revogação da regra em agosto, muitos contratos já haviam sido firmados. Um levantamento revelou que mais de 395 mil contratos foram averbados em 2022, especialmente entre crianças de 11 a 13 anos.

Casos alarmantes de endividamento infantil

O advogado João do Vale, da Associação Brasileira de Defesa da Criança e do Adolescente (Anced), relata casos alarmantes, como o de um bebê de apenas três meses que contraiu um empréstimo de R$ 1.650. Outro caso chocante envolve uma criança que, nascida em maio, já estava endividada em dezembro com uma dívida de R$ 15.593.

Esses dados ressaltam a gravidade da situação, levando o INSS a revisar acordos com instituições financeiras. O órgão anunciou uma redução do número de parceiras, de 74 para 59, devido à identificação de irregularidades.

Novas medidas para proteger beneficiários

Desde maio, o INSS alterou suas diretrizes, permitindo que os empréstimos consignados sejam contratados apenas com a biometria do próprio beneficiário. Essa medida visa aumentar a segurança e proteger os direitos dos menores envolvidos.

O cenário atual exige vigilância e ação contínua das autoridades para garantir que as práticas de empréstimos consignados em nome de crianças sejam reguladas e que casos de abusos sejam prontamente investigados. A sociedade precisa estar atenta a essas questões, pois a proteção dos direitos das crianças deve ser uma prioridade para todos.

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