Instituições americanas sob a marca de Donald Trump

Alicia Tatone

A transformação das referências culturais e históricas em símbolos pessoais.

Donald Trump coloca seu nome em instituições americanas, desafiando a tradição.

O fenômeno de Donald Trump associar seu nome a instituições americanas tem gerado um debate acalorado sobre a identidade cultural e a propriedade pública. Ao renomear o John F. Kennedy Center for the Performing Arts para Donald J. Trump and the John F. Kennedy Memorial Center for the Performing Arts, Trump não apenas se coloca no centro das atenções, mas também questiona o que essas instituições realmente representam para o povo americano.

A marca Trump e suas implicações

Desde sua ascensão ao poder, Trump tem adotado uma abordagem sem precedentes, levando seu nome a locais que deveriam ser símbolos de unidade e história nacional. Esse comportamento é mais do que uma simples vaidade; ele reflete uma tentativa de reescrever a narrativa americana e colocar sua marca pessoal na história do país. O que se vê é uma transformação das instituições, que deveriam ser administradas pelo povo, em meros reflexos do ego do presidente.

Embora a ideia de renomear instituições não seja nova, a magnitude e a frequência com que Trump faz isso são singulares. Essa prática não se limita ao Kennedy Center; o U.S. Institute of Peace também foi alvo de uma rebranding controversa, levando a um questionamento sobre a legitimidade e a ética por trás dessas mudanças.

Reação pública e desafios legais

As reações a essa prática têm sido variadas. Enquanto alguns apoiadores veem isso como um tributo ao trabalho de Trump, muitos críticos a consideram uma forma de vandalismo institucional. A resistência é palpável, especialmente quando se considera que muitas dessas instituições foram estabelecidas por atos legislativos e, portanto, não podem ser renomeadas unilateralmente.

Tim Shriver, sobrinho de John F. Kennedy, expressou sua indignação ao questionar se renomeações semelhantes seriam permitidas para outros ícones da história americana, como o Lincoln Memorial. Essa provocação levanta questões sobre a integridade das instituições e o que elas representam para a sociedade.

O legado de Trump nas instituições

A marca de Trump nas instituições americanas sugere uma visão de mundo em que o valor e a memória são reconfigurados em torno de sua imagem. Isso é evidente em sua presença em parques nacionais, onde cidadãos podem entrar gratuitamente no dia do aniversário de Trump, uma clara tentativa de personalizar a experiência pública. Essa apropriação da cultura popular e das referências históricas pode ter efeitos duradouros na percepção pública e no valor simbólico dessas instituições.

Em última análise, a prática de Trump não é apenas sobre a colocação de seu nome nas coisas; é uma tentativa de redefinir o que significa ser um líder nacional. Essa abordagem pode ter consequências irreversíveis, não apenas para a cultura americana, mas também para a maneira como as futuras gerações entenderão e se relacionarão com seu passado. A pergunta que fica é: até onde isso pode ir antes que haja um retorno à normalidade, uma vez que o nome de Trump se torne sinônimo de uma nova era de personalização do espaço público?

Fonte: www.theatlantic.com

Fonte: Alicia Tatone

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