Entenda o papel da IA no atendimento médico diário
A inteligência artificial está transformando a medicina, impactando diretamente a rotina dos pacientes.
A inteligência artificial (IA) já faz parte de diversas áreas da medicina, seja para agilizar diagnósticos, antecipar riscos de doenças e pioras de quadros de saúde, organizar filas de atendimento e facilitar a tomada de decisão de médicos. Essa tecnologia, que atua frequentemente nos “bastidores”, também impacta diretamente a rotina de pacientes.
Especialistas afirmam que a IA pode ser utilizada em diferentes frentes de atendimento, como triagem digital no plano de saúde, onde aplicativos pedem para o usuário descrever sintomas antes da consulta, indicando o uso da IA para organizar essa jornada. Além disso, sistemas inteligentes enviam mensagens de lembrete sobre exames, vacinas ou consultas de forma personalizada, e agilizam o agendamento de consultas ou exames em poucos minutos, integrados diretamente ao sistema da clínica. Durante as consultas, a IA também auxilia médicos ao organizar dados e gerar recomendações clínicas em tempo real.
Um dos pontos mais importantes da inteligência artificial na saúde é a capacidade de apoiar o profissional em tempo real. Maurício Honorato, CEO da Doutor-AI, explica que existem soluções que escutam e transcrevem a consulta, gerando alertas e sugestões que ajudam o médico a tomar decisões rápidas. Isso não substitui o profissional, mas pode salvar vidas ao reduzir erros.
As doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e hipertensão, exigem monitoramento constante, e a IA desempenha um papel crucial nesse processo, personalizando o tratamento e prevendo complicações. Dispositivos conectados e aplicativos geram dados em tempo real sobre indicadores de saúde, permitindo alertas automáticos e navegação personalizada, o que aumenta a adesão ao tratamento, segundo Isadora Kimura, CEO da healthtec Nilo.
A IA também melhora a comunicação entre médicos e pacientes, permitindo interações mais claras e reduzindo a sobrecarga administrativa dos profissionais. Essa sobrecarga compromete a qualidade do atendimento e aumenta os riscos de falhas; em 2024, o número de ações por erro médico cresceu 506%, de acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Honorato menciona que a IA atua como um copiloto de comunicação, automatizando tarefas repetitivas e organizando dados, o que devolve ao médico o tempo necessário para estar presente com o paciente.
Embora a IA auxilie no trabalho médico, ela não substitui a competência e a expertise dos profissionais de saúde. A tecnologia deve ser complementar ao julgamento clínico e à tomada de decisão do médico. Honorato destaca que a IA pode analisar grandes volumes de dados e sugerir hipóteses diagnósticas, sempre sob supervisão profissional, o que aumenta a segurança e garante que nada importante seja esquecido.
Kimura ressalta a importância de usar a tecnologia como aliada da humanização, ao transformar dados dispersos em informações úteis. Essa abordagem melhora a experiência tanto dos profissionais, que trabalham de maneira mais organizada, quanto dos pacientes, que vivenciam uma jornada mais fluida, com orientações consistentes e uma rede de apoio sempre acessível.