Inteligência artificial redefine o mercado de seguros e pode gerar ganhos de até 17% ao ano até 2026

Especialista destaca que a IA generativa acelera automação, personalização e eficiência nas operações das seguradoras

A inteligência artificial (IA) vem transformando processos e experiências no setor de seguros brasileiro. Segundo estudo da Accenture – consultoria global de estratégia, tecnologia e transformação digital -, seguradoras que investem fortemente em IA e na colaboração entre humanos e máquinas podem registrar aumento de receita de até 17% ao ano, dependendo do grau de maturidade tecnológica e da estratégia de adoção.

No campo operacional, a IA já apoia atividades de subscrição e precificação por meio da análise de grandes volumes de dados, automatiza etapas de sinistros como detecção de fraudes e validação documental, aprimora o atendimento ao cliente com o uso de chatbots e análise de voz. Além disso, permite a personalização de produtos conforme o perfil do segurado. “Observamos três fases principais de transformação: primeiro, a digitalização de processos; depois, o uso intensivo de dados para decisões estratégicas; e, por fim, a integração da IA generativa nas jornadas críticas”, explica Fernando Morad, COO da StaryaAI.

Modelos de linguagem mais compactos e específicos para o contexto das seguradoras reduzem custos e latência, facilitam a conformidade e aumentam a precisão em tarefas como subscrição, sinistros e atendimento. A governança e a segurança de dados são fatores centrais nesse avanço. O setor, sujeito a rígidas exigências de conformidade impostas pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), exige controle rigoroso sobre a qualidade das informações, mitigação de vieses e auditabilidade dos modelos. “Eficiência e personalização precisam caminhar com transparência e proteção de dados. É dessa forma que o setor assegura ganhos sustentáveis no longo prazo”, complementa Morad.

Até 2026, o mercado deve ampliar o uso de capacidades preditivas e prescritivas, antecipando riscos, sugerindo medidas preventivas e personalizando coberturas conforme o comportamento de uso. Essa evolução dependerá do avanço da infraestrutura tecnológica, da disponibilidade de dados e do amadurecimento regulatório. As insurtechs — startups que aplicam tecnologia e ciência de dados para inovar produtos, processos e canais de distribuição — assumem papel estratégico nesse cenário. São elas que desenvolvem soluções e modelos de linguagem menores e mais eficientes, adequados às necessidades e restrições das seguradoras.

 

 

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