Aumento no número de satélites de internet afeta telescópios espaciais
Telescópios enfrentam dificuldades para captar imagens devido ao aumento de satélites de internet em órbita baixa.
A crescente poluição luminosa e seu impacto na astronomia
Os
satélites de internet têm se tornado uma preocupação crescente para a astronomia. Segundo um estudo recente da Nasa, a presença crescente de satélites em órbita baixa da Terra, que se estende até 2 mil metros de altitude, já está dificultando a captação de imagens precisas do universo. O telescópio Hubble, por exemplo, poderá aproveitar apenas cerca de 60% de suas imagens captadas na próxima década devido à poluição luminosa gerada por essas constelações. Outros telescópios podem enfrentar perdas ainda mais severas, chegando a até 96% de registros comprometidos.
A interferência de constelações de satélites
O estudo revela que a rede Starlink, que já possui mais de 8.600 satélites em operação, está interferindo significativamente na observação em radiofrequências. Essa situação gerou preocupações entre autoridades e especialistas, que pedem que os governos analisem o impacto dessa poluição luminosa na pesquisa científica. Alejandro Borlaff, pesquisador da Nasa e autor principal do estudo, destaca que, pela primeira vez, ele observa um cenário com tendência de deterioração na capacidade de captura de imagens dos telescópios.
O futuro das observações astronômicas
Simulações realizadas pela Nasa indicam que, embora o Hubble possa ainda captar imagens sem interferência em uma parte do tempo, um terço de suas observações pode ser comprometido por rastros luminosos. Telescópios maiores, como o James Webb, estão em uma posição favorável e devem ser menos afetados. No entanto, telescópios em órbitas mais baixas, como o Xuntian, previsto para ser lançado no próximo ano, podem ter sua capacidade de imagem severamente prejudicada.
Possíveis soluções e o caminho a seguir
Diante desse cenário, a Nasa está considerando algumas soluções para mitigar o impacto dos satélites na astronomia. Uma das sugestões é o desenvolvimento de satélites com superfícies menos refletivas, embora essa mudança possa gerar aumento na temperatura dos equipamentos e maior emissão de luz infravermelha. Além disso, debates sobre a coordenação entre empresas de satélites e instituições de pesquisa estão em andamento para minimizar as interferências. Ajustes nas altitudes das órbitas das constelações também estão sendo discutidos. Borlaff enfatiza a importância de encontrar um equilíbrio entre as redes de comunicação e a pesquisa científica.
Esse dilema entre tecnologia e ciência exige uma abordagem colaborativa para garantir que a exploração do espaço não seja comprometida pelos avanços em comunicação e conectividade. A convivência entre inovação tecnológica e descoberta científica é essencial para um futuro sustentável na exploração do cosmos.
Fonte: www.parana.jor.br
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